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Brasília – Todos os integrantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) presos em 6 de junho após a invasão e depredação da Câmara dos Deputados estão soltos. Por determinação da 10.ª Vara da Justiça Federal, na madrugada de sábado foram libertados os últimos 33 que continuavam detidos, entre eles Bruno Maranhão, principal líder do movimento.

"Ficamos 38 dias sem direito de defesa, enquanto na imprensa só batiam na gente. Quero falar, vou revelar tudo", disse Maranhão, que marcou uma entrevista para hoje. Sem dar detalhes, ele também demonstrou irritação com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), autor do pedido de prisão de todos os manifestantes, no dia da invasão.

Liberdade provisória

A Justiça acolheu pedido de liberdade provisória apresentado pela defesa. Se ninguém recorrer, eles responderão ao inquérito em liberdade.

O Ministério Público havia dado parecer contrário à soltura destes 33. Eles argumentavam, entre outras coisas, que a aplicação da lei poderia ser colocada em risco pelo fato de integrantes do movimento levarem vida "andarilha".

O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10.ª Vara, não quis repassar o teor da decisão que soltou os sem terra. Advogados dos militantes disseram que, no despacho, o juiz argumentou que o fato de alguns levarem "vida andarilha" não poderia ser usado em desfavor dos militantes. "A meu sentir, esta conclusão resta óbvia pela própria finalidade do movimento. Seus integrantes lutam pelo fracionamento da terra justamente por não ter moradia" está escrito na decisão, conforme os advogados.

O juiz também teria argumentado que, embora o Ministério Público tenha imputado vários crimes aos integrantes do MLST, "a gravidade em abstrato dos delitos praticados pelos acusados não é motivo, por si só, para autorizar o decreto da prisão preventiva". O juiz também teria apontado que não ficou demonstrada a culpa direta da coordenação do movimento nos atos praticados na Câmara.

No dia da confusão na Câmara, foram presas cerca de 550 pessoas. A maioria foi liberada três dias depois. Somente 42 sem-terra permaneceram presos por mais de um mês.

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