Uma queixa contra os sem-terra que invadiram a Fazenda Mestiça, em Rio Branco do Ivaí, no Centro-Norte do Paraná, foi registrada na segunda-feira (3) por Alex Francisco Pilatti, advogado de Maria Antonieta de Junqueira Neto Cordeiro, proprietária da área. A ocupação ocorreu na madrugada de sábado (1). Empregados da fazenda, acompanhados do advogado, relataram que, durante a ação, houve saques de diesel, insumos agrícolas, alimentos e de ferramentas.
Os funcionários da Mestiça acusaram ainda os integrantes do MST de abater ao menos dez bovinos durante o fim de semana. "As portas foram derrubadas e nossas casas invadidas durante a madrugada, por homens armados de carabinas, facões e foices", narrou um dos trabalhadores.
O escritório de advocacia de Londrina contratado pelos proprietários da fazenda deve dar entrada em ação de reintegração de posse da área nas próximas horas. O contador da fazenda, Fábio da Fonseca Nunes, assegura que a propriedade de 1.238 alqueires é produtiva. "Nesta semana, 237 alqueires estavam sendo preparados para o plantio de soja e outros 90 iriam receber sementes de milho", informou Nunes, acrescentando que a fazenda mantém ainda cerca de 1,5 mil bovinos de corte.
Um dos sem-terra que participou da ocupação, Cezar Choption, não comentou as denúncias dos funcionários da fazenda, mas disse que pelo menos 2 mil pessoas já estão no local. "Estamos aguardando a chegada de mais famílias, pois o que queremos é a terra e tem terra para todos", assinalou Choption. Ele confirmou que o administrador da fazenda já retirou todos os maquinários e veículos do local e também estava providenciando a retirada de todo o gado que se encontra no local.
A superintendência regional do Instituto de Colonização e Reforma Agrária informou que a Fazenda Mestiça não foi vistoriada e nem avaliada pelo órgão. Atualmente existem no estado, 126 acampamentos do MST 23 estão em áreas invadidas.
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