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Uma resolução assinada ontem pelo secretário estadual de Meio Ambiente (Sema), Rasca Rodrigues, suspendeu, por tempo indeterminado, o licenciamento ambiental de novos empreendimentos relacionados à manipulação do chumbo e seus derivados no Paraná. A medida determina que um grupo de trabalho, formado por técnicos ambientais, apresente, em 90 dias, um parecer que regulamente a continuidade das atividades que lidem com o chumbo no estado.

De imediato, a resolução suspende a instalação de uma empresa recicladora de baterias de automóveis no município de Mauá da Serra, no Norte do estado. Segundo a assessoria de imprensa da Sema, outras 25 empresas que trabalham com o metal e já tem licença ambiental continuam operando normalmente até que saia a decisão do grupo de trabalho. "A suspensão é uma medida preventiva diante da preocupação que a atividade do chumbo traz para as populações das cidades onde ela é instalada", afirma Rodrigues.

Uma vez em contato com o organismo, o chumbo pode causar danos principalmente sobre os ossos e os sistemas nervoso e cardiovascular. A resolução foi elogiada por quem trabalha com o meio ambiente. "Certamente é preciso uma discussão maior sobre essa questão do chumbo, principalmente no que diz respeito às empresas que fazem reciclagem", afirma a ambientalista Teresa Urban.

"Já recebemos várias denúncias de empresas que estariam agredindo o meio ambiente com o chumbo. Por isso considero a medida salutar", diz o coordenador do Centro de Apoio às Promotorias do Meio Ambiente do Ministério Público do Paraná, Saint Clair Santos.

Paulo Machado, proprietário da Disbal Baterias, que faz a reciclagem do chumbo em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (RMC), diz ser favorável ao estabelecimento de regras mais rígidas para as empresas que fazem reciclagem. "Tenho duas empresas contratadas que fazem auditorias quanto à saúde e o meio ambiente. Não tenho o que temer. Só acho que todas deveriam ser fiscalizadas da mesma maneira", diz.

Quatro Barras, também na RMC, foi um dos que mais sentiu os efeitos da reciclagem indiscriminada do chumbo. Em 2004, o Tribunal de Justiça deu ganho de causa ao município em uma ação movida contra a empresa Metalbarras, que operou na cidade. Levantamento do IAP mostrou que o solo e um afluente do Rio Capivari foram contaminados pelo chumbo. Após fechar, uma grande quantidade de baterias automotivas e de resíduos de chumbo ficaram abandonados nas antigas instalações da empresa.

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