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A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema) vai iniciar o mapeamento das áreas particulares da Serra do Mar por determinação do governador Roberto Requião. O objetivo é adquirir as propriedades e criar uma grande área de Preservação Ambiental (APA) para evitar a compra dos terrenos por grandes empresas que estariam interessadas na exploração de jazidas minerais na região.

Segundo o secretário Rasca Rodrigues, a Sema já planejava adquirir uma área de 5,1 mil hectares na Serra do Mar. "Queríamos unir a APA de Guaraqueçaba com o Parque Estadual do Marumby. Agora vamos ampliar esse projeto", explica.

Apesar da determinação, a Sema ainda não sabe quantas e qual seria o tamanho das áreas a serem compradas e nem o valor necessário para isso. "Tudo isso será analisado", diz Rasca.

Atualmente existem cerca de 15 pedidos de licenciamento para exploração de minérios na Serra do Mar aguardando liberação no Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e no Departamento Nacional de Produção Material (DNPM). "Sabemos que está havendo pressão para compra de áreas na Serra do Mar por parte de grupos internacionais e organizações como a Sociedade de Proteção à Vida Selvagem (SPVS). Hoje a Serra do Mar tem uma das maiores jazidas de minério de ferro do Brasil e estamos vendo que, enquanto impedimos pequenos agricultores de avançar em atividades degradadoras, grandes grupos aparecem com interesse de avançar sobre nossos parques e jazidas minerais", declarou o governador.

No entanto, para o mestre em Geologia Econômica pela Universidade de Brasília (UNB) e professor do curso de Geologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a exploração de minério de ferro na região da Serra do Paraná já se mostrou inviável. "Já tivemos jazidas e até uma siderúrgica funcionando próxima a Morretes. Os empreendimentos não deram certo. A quantidade é pouca e os teores de ferro pequenos", ressalta.

A SPVS afirma em nota oficial que é contrária à exploração das jazidas de minério de ferro em ambientes de Floresta Atlântica no litoral norte do estado. "As áreas adquiridas pela SPVS na região são registradas em nome da instituição e exclusivamente destinadas ao desenvolvimento de projetos ambientais. Entre seus propósitos, está a transformação das áreas em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), o que, conforme legislação vigente, permitirá sua proteção perpétua e gerará ingresso de receitas aos municípios da região (Antonina e Guaraqueçaba) a partir do mecanismo do ICMS Ecológico", diz a nota.

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