• Carregando...
Semáforo em Maringá: alerta | Fábio Dias / Gazeta do Povo
Semáforo em Maringá: alerta| Foto: Fábio Dias / Gazeta do Povo

Maringá - Em tramitação na Câmara dos Deputados, o Código Brasileiro de Trânsito (CBT) está prestes a ganhar cerca de 50 novas emendas e modificações. Uma delas é tornar obrigatória o uso dos semáforos temporizados ou sequenciais. A proposta deverá ser uma das mais polêmicas entre as que serão votadas, já que não há consenso sobre os riscos e vantagens do equipamento que avisa o motorista quando vai abrir ou fechar.

Enquanto Maringá, no No­-roeste do estado, caminha para universalizar o semáforo sequencial na cidade, em Curitiba o equipamento foi experimentado e abandonado. Dos 11 faróis instalados na Avenida Comendador Franco (Avenida das Torres), a Urbanização de Curitiba (Urbs) só mantém três. Segundo a diretora de Trânsito da Urbs, Rosangela Battistella, com o semáforo houve um crescimento de 53% no número de acidentes na via.

Em Maringá, os dados mostram o contrário, segundo o engenheiro de tráfego Gil­berto Purpur, da Secretaria Municipal dos Trans­portes. Atualmente só 10% dos sinaleiros não são temporizados na cidade. "Sempre que trocamos tivemos redução no número de acidentes. Quando colocamos um semáforo convencional, o pessoal reclama", diz o engenheiro de tráfego Gil­berto Purpur, da Se­­cretaria de Transportes de Maringá. "Como ele informa 12 segundos antes que vai fechar, podemos diminuir o tempo de amarelo, acabando com o efeito surpresa e frenagens bruscas."

Para o consultor em trânsito José Mario de Andrade, o mecanismo pode tirar a atenção dos motoristas. "A instalação de um relógio regressivo pode contribuir para um comportamento oposto ao que visa a medida: o condutor po­de aproveitar o pouco tempo do semáforo para ultrapassar o cruzamento. Além disso, a informação adicional tira a atenção do motorista para o cenário a sua volta", afirma.

Em Curitiba, Rosangela Battis­tella defende os semáforos com temporizador para pedestres. O primeiro, com contagem regressiva digital, fica na esquina da rua Doutor Mu­­ricy com o calçadão da XV de Novembro. Equipamento similar está sendo testado na Avenida Affonso Ca­mar­go, na frente da Rodoferroviária.

História

O semáforo sequencial foi criado na década de 1970 pelo maringaense Divino Bortolotto, que em 1989 fundou a empresa SDM. Hoje o sistema funciona em cerca de 80 cidades brasileiras. O uso do equipamento é prevista no Código Nacional de Trânsito desde 1996.

O filho de Divino e atual responsável pela SDM, Pérsio Bor­tolotto, diz que cada cidade precisa avaliar suas necessidades antes da implantação. Pérsio cita a experiência de Goiânia, onde o número de multas por travessia de sinal vermelho caiu com o uso do sistema. Antes, uma média 1,65% dos motoristas da cidade furavam o sinal, índice que caiu para 0,17%.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]