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Os servidores municipais de Curitiba prometem fazer uma paralisação de 24 horas na próxima segunda-feira. A greve deve prejudicar o atendimento em escolas e postos de saúde – somente os serviços emergenciais devem ser mantidos. A categoria está insatisfeita com pelo menos sete projetos de lei encaminhados pelo prefeito Luciano Ducci (PSB) à Câmara dos Vereadores. Quase todos tratam da incorporação de gratificação nos salários dos trabalhadores. O problema, segundo os servidores, é que apenas algumas classes foram beneficiadas, o que gerou o descontentamento. "Os projetos contemplam uma minoria e criam um distanciamento ainda maior entre as classes até de mesmo nível. Não temos um plano de cargos e salários adequado", afirma a presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc), Marcela Alves Bonfim.

Nos projetos, médicos, engenheiros, arquitetos, geógrafos, geólogos, auditores fiscais e procuradores do município terão incorporados a gratificação atual do cargo que ocupam ao salário, incidindo também na aposentadoria e 13.º salário. Estas gratificações variam conforme a profissão.

A prefeitura foi notificada sobre a paralisação ontem à tarde, mas diz acreditar que os serviços não vão parar. "Acreditamos que nossos servidores são responsáveis, por isso, o que depender de nossa parte, tudo vai funcionar", explica a secretária municipal de Recursos Humanos, Maria do Carmo Oliveira. Curitiba tem aproximadamente 33 mil servidores municipais.

Dentistas

Uma das classes não beneficiadas com a possível incorporação da gratificação é a dos dentistas. Após saber que a prefeitura mudou a tabela salarial dos médicos, os odontólogos se uniram para protestar. "Até hoje o salário dos médicos e dentistas era equiparado. Tudo o que era aplicado a uma classe, valia para a outra. Criou-se uma discriminação e queremos saber por que. Afinal, ambos os profissionais trabalham com a saúde das pessoas", afirma o presidente do Conselho Regional de Odonto­­logia, Roberto Cavalli.

A prefeitura informou que 21 mil servidores (dos 33 mil) serão beneficiados caso os projetos sejam aprovados, porque um deles trata de uma gratificação única a todos os servidores municipais pela produtividade e qualidade do trabalho. São R$ 250 que podem ser incorporados aos salários, com reflexo também no sistema de seguridade social. Os servidores acreditam que as diferentes nomenclaturas para as gratificações (que são de diversos tipos – seja pela profissão ou pela produtividade) acabam criando uma diferença muito grande entre os salários dos servidores.

No caso dos médicos, Maria do Carmo explica que eles devem ter a gratificação incorporada ao salário porque tem a função com maior rotatividade na prefeitura e com a maior defasagem salarial (comparada ao mercado). "Temos mais médicos saindo do que entrando. Em um ano fizemos três concursos. A intenção foi fazer esta melhoria para acabar com a alta rotatividade. E não é o caso dos dentistas", explica.

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