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Cerca de 200 servidores municipais de Paranavaí, região Noroeste do estado, estão há três dias parados em frente à prefeitura reivindicando a reestruturação no plano de carreiras. Os manifestantes querem que o piso salarial seja de R$ 475 - valor referente ao salário mínimo no Paraná.

A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Paranavaí (Sinserpar), Eliane Tavares, disse por telefone que há casos de servidores que recebem R$ 340 por mês. "Temos ainda um exemplo de um servidor com 26 anos de serviço que ganha R$ 357 mais um anuênio de R$ 107", diz. "Mas tem gente ganhando R$ 340 por mês", completa.

O setor que está reivindicando reajuste nos salários, segundo Eliane, inclui motoristas, eletricistas, serviços gerais, agentes de saúde, agentes comunitários, entre outros - justamente os que se encontram no fim da tabela salarial.

A secretaria municipal de comunicação informou, por meio de sua assessoria, que o prefeito Maurício Yamakawa (PDT) reconhece a situação salarial dos servidores, mas estaria de mãos atadas. Isso porque, 51,8% da arrecadação do município está comprometida com a folha de pagamento - índice muito próximo ao teto permitido. A Lei de Responsabilidade Fiscal prevê que cada prefeitura pode gastar até 54% da arrecadação com despesas de pessoal.

A arrecadação prevista para 2007 da prefeitura de Paranavaí é de cerca de R$ 45 milhões - ou seja, deste total, cerca de R$ 22 milhões são destinados ao pagamento de salários dos 1.546 servidores e os 69 cargos de comissão, atualmente, ocupados. Eliane explica que o sindicato entende e concorda com a preocupação do prefeito em não desrespeitar a lei de responsabilidade fiscal, mas argumenta que o impacto com o plano de reestruturação é de 1%. "Até aceitamos que o aumento seja dado somente para este setor. Isso representaria aumento de R$ 60 mil", diz.

Ainda não há nenhuma rodada de negociação agendada entre as partes. O sindicato diz que o prefeito está evitando o diálogo e a secretaria de comunicação contesta.

A prefeitura informa no seu site que já está providenciando a contratação de profissionais para suprir uma eventual necessidade. Entretanto, prefeitura e sindicato concordam que a greve não afeta serviços essenciais. O sindicato, no entanto, repudia a contratação de novos funcionários. "Isso vai acabar onerando ainda mais os cofres da prefeitura", acusa Eliane. No fim da tarde desta sexta, os servidores, em assembléia, resolveram manter a paralisação.

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