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Um dia depois de a Justiça determinar a abertura do prédio da prefeitura de Londrina, os servidores municipais decidiram, em assembléia realizada nesta terça-feira (14) à tarde, manter a greve, que chega nesta quarta a 100 dias. De acordo com a decisão da categoria, manter o movimento não significa desobedecer a decisão judicial: os grevistas respeitarão os 50 metros de distância da porta do prédio e formarão as escalas nos setores de assistência social e educação infantil, conforme determinou a liminar do juiz da Vara da Infância e Juventude, Ademir Richter.

A direção do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Londrina (Sindserv) defendeu o fim da greve, mas a maioria aprovou a manutenção do movimento. Cerca de 500 pessoas participaram da assembléia, segundo o Sindserv. Os servidores do setor da saúde – que voltaram ao trabalho na última segunda-feira por determinação judicial – foram os principais responsáveis pela continuidade da paralisação. Eles votaram em massa contra a volta ao trabalho dos colegas dos demais setores.

Após a abertura dos postos de saúde e a formação das escalas para a educação infantil e assistência social, a direção do sindicato avalia que cerca de 600 servidores continuarão parados. "A decisão na esfera judicial enfraquece o número de servidores em greve, mas não a reivindicação da categoria", argumentou Marcelo Urbaneja, presidente do sindicato. Apesar de a votação da assembléia ter contrariado a proposta defendida pela direção do sindicato, Urbaneja declarou que a entidade vai encaminhar a decisão da maioria. "Seremos os últimos a apagar a luz", declarou o sindicalista, afirmando que, mesmo com as derrotas da greve na Justiça, nenhuma decisão judicial colocou o movimento como ilegal ou abusivo.

Balanço

Dados oficiais e dos grevistas apontam que há pelo menos um mês o grau de adesão ao movimento não afeta a manutenção dos serviços municipais básicos. Mesmo com o atendimento em prédios improvisados espalhados pela cidade, administração e sindicalistas contabilizam que o número de servidores parados não impediu a maioria dos serviços, ainda que disponíveis de forma precária.

O último dado da prefeitura, com base nas folhas de ponto de outubro das secretarias, indica que 690 funcionários da administração direta estavam ausentes do trabalho – menos de 10% dos 7 mil servidores. Mesmo com a manutenção da paralisação, atualmente 500 servidores sustentam o movimento.

Com o prédio da Prefeitura fechado, a Secretaria de Educação, local de menor adesão ao movimento, funcionou dividida entre a Supercreche (centro), Vila Fraternidade (zona leste) e a Fundação de Esportes (FEL). Até ontem, dos 2,6 mil servidores, 117 professores e nove funcionários estavam parados – índice que cai a cada dia.

Na Secretaria de Saúde, a diretora executiva Marlene Zucoli afirma que "nada foi alterado de fato". "Não digo que está normal, mas sim em processo de normalização. Temos que arrumar a casa", disse. Na Secretaria de Ação Social, no começo da semana, 144 funcionários trabalhavam e 19 permaneciam em greve.

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