Os grandes hospitais públicos do Recife voltaram a ser cenário de filas, reclamações e dificuldades nesta segunda-feira (22) com o início da greve dos servidores da saúde, que deixou sem consultas os hospitais da Restauração, Getúlio Vargas, Agamenom Magalhães e Otávio de Freitas. Ligados ao Sindicato dos Trabalhadores de Saúde e seguridade Social de Pernambuco (SindSaúde), enfermeiros, laboratoristas, pessoal de administração, auxiliares e técnicos de enfermagem protestam contra a criação pelo governo estadual de fundação público privada para gerir a saúde em Pernambuco.
A greve, por tempo indeterminado, foi decidida na semana passada pouco depois dos médicos das emergências dos hospitais públicos encerrarem movimento demissionário que levou o caos à saúde pública durante cerca de dois meses. Hoje, as emergências funcionaram normalmente, atendendo os casos de gravidade. Sem o funcionamento dos ambulatórios, consultas e exames marcados não foram realizados nem houve novas marcações.
A estimativa da presidente do SindSaúde, Maria Perpétua Rodrigues, é de que 70% dos servidores aderiram à paralisação, que, segundo ela, também reivindica aumento do número de profissionais e melhores condições de trabalho. No Hospital da Restauração, que atende a cerca de cem pessoas por dia no ambulatório, houve frustração e irritação de quem chegou cedo ou até dormiu na fila para ser atendido. O serviço foi suspenso. No Hospital Getúlio Vargas, pacientes que vieram em ambulâncias de municípios da zona da mata perderam a viagem.
A Secretaria estadual de Saúde informou, por meio de nota, que a criação da fundação público privada no Estado não será revogada. O texto afirma que a fundação não significa a privatização e já foi adotada em Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Sergipe. Entre seus objetivos, está o controle de gastos. O SindSaúde realiza assembléia na quarta-feira para avaliar o movimento.
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