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Atualizado em 05/07/2006, às 17h50Depois de 31 dias parados, os funcionários públicos de Maringá, no Noroeste do Paraná, decidiram acabar com a greve e voltaram ao trabalho na manhã desta quarta-feira (5). De acordo com a assessoria da prefeitura, todos os serviços já estão normalizados.

Os grevistas sentiram no bolso o resultado da greve. A prefeitura descontou as horas paradas dos funcionários, o que fez o movimento arrefecer. O sindicato informou que buscará judicialmente o pagamento dos salários dos dias parados, pois alega que a greve é legal e não haveria razão para o desconto salarial.

Outro item que pesou para o fim da paralisação foi a informação que o Tribunal de Contas considerou o reajuste reivindicado pelos servidores, de 16,67%, inconstitucional, já que o valor dos salários ultrapassaria 54% da arrecadação do município, limite constitucional da folha de pagamento. Para o representante da prefeitura nas negociações, Ulisses Maia, os servidores entenderam que o reajuste não pôde ser dado por motivos legais. "A legislação eleitoral não permite que a prefeitura dê aumento maior que a inflação acumulada em ano de eleição", explicou. A decisão dos trabalhadores de retomarem os seus postos foi tomada em uma assembléia realizada nesta quarta-feira (4). No salão da Igreja São Miguel Arcanjo, no aeroporto da cidade, cerca de 90% dos 800 presentes concordaram com a suspensão da greve.

Mesmo com o retorno, o Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (Sismmar) não aceitou os 4,53% de reajuste oferecidos pelo prefeito Sílvio Barros. Por isso, o sindicato manteve o estado de greve, com possibilidade de nova paralisação, e as negociações devem recomeçar do zero. Durante a tarde desta quarta-feira, funcionários realizaram um manifesto pacífico na Praça Raposo Tavares, no Centro de Maringá.

Com a presença de vários representantes de classe, os trabalhadores ergueram faixas e tentaram esclarecer à população sobre a intenção da greve. Os trabalhadores levaram inclusive um caixão para simbolizar a "morte da democracia", já que o prefeito não quis negociar com os grevistas.

Para amenizar a falta de dinheiro dos funcionários, a prefeitura anunciou que deverá fazer o depósito de 40% do 13º salário ainda nesta quarta.

Invasão da prefeitura

No dia 29 de junho, cerca de 500 servidores municipais invadiram a prefeitura de Maringá. Com a confusão, os funcionários de cargos de confiança do prefeito foram retirados com escolta policial e o expediente foi encerrado. A polícia só conseguiu retirar os manifestantes na madrugada do dia seguinte. Por volta de 40 grevistas foram levados à delegacia de Maringá num ônibus da Polícia Militar, ouvidos e liberados.

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