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Representantes do setor produtivo e do governo do Paraná estão montando um grupo para visitar as embaixadas dos países que deixaram de importar carne do estado um ano atrás. A comitiva deve percorrer, nas próximas duas semanas, em Brasília, alguns dos escritórios dos 56 países que recusam carne paranaense desde a confirmação da suspeita de febre aftosa no rebanho bovino.

O principal argumento a ser apresentado é a confirmação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de que o Paraná tomou todas as medidas necessárias para controlar a aftosa, expressa na Instrução Normativa 61, de 6 de novembro. Além disso, devem ser mostrados os resultados da segunda etapa da campanha de vacinação contra a doença, que termina hoje. A meta era vacinar 100% do rebanho de aproximadamente 10 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos. Os animais não vacinados devem ser alvo de operações fiscais nas próximas semanas.

O estado corre contra o tempo para estancar o prejuízo de mais de R$ 600 milhões, que cresce diariamente. A visita às embaixadas parte da constatação de que, apesar de o Paraná não ter recuperado o certificado de área livre da aftosa perante a Organização Internacional de Epizootias (OIE), cabe aos importadores decidir pela retomada dos contratos.

A Rússia, maior importador de carnes do Brasil, suspendeu dois meses atrás o embargo a São Paulo e Goiás, mas mantém as restrições impostas ao Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Na semana passada, Israel levantou o embargo à carne brasileira. No entanto, ainda há controvérsias sobre a posição do país árabe em relação à carne do Mato Grosso do Sul, de São Paulo e da Região Sul.

"O caso de Israel mostra que já é possível retomar as exportações", afirma o analista técnico-econômico do Sindicado da Indústria de Carnes e Derivados do Paraná (Sindicarne), Gustavo Fanaya. "Queremos pelo menos começar 2007 com um quadro um pouco melhor."

A briga do Paraná contra a crise da aftosa não tem prazo para terminar. O Mapa ainda não encaminhou à OIE o relatório que mostra as medidas sanitárias adotadas no estado. Isso adia a avaliação que promete devolver ao Paraná o certificado de área livre da doença com vacinação, mantido por cinco anos até outubro de 2005. O Mapa espera a conclusão do relatório do Mato Grosso do Sul, para enviar os dois juntos, colocando em risco a previsão do próprio ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes, de que o setor voltará à normalidade até março do ano que vem.

O governo do Paraná e os representantes dos produtores tentam também reabrir o mercado de carnes de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. A visita que ocorreria ontem ao governo gaúcho acabou sendo suspensa por Porto Alegre. Uma nova data deve ser marcada. Na terça-feira, o grupo conseguiu do governo catarinense a promessa de que a situação será reavaliada. Apesar do aval do Mapa, os paranaenses não conseguem vender nem carne sem osso para Santa Catarina. O estado tenta preservar seu certificado da OIE impondo restrições que o Paraná diz serem desnecessárias.

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