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Qualificação

Escolaridade responde por 70% do diferencial no salário

No Brasil, pesquisas apontam que o grau de escolaridade responde por aproximadamente 70% do diferencial total de salários. Professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Rodrigo Leandro de Moura é autor de um estudo sobre o quanto a escolaridade influencia nos salários dos setores público e privado. Segundo ele, com os dados da Pnad 2009, foi possível constatar que, no setor público, o profissional que concluiu o ensino superior tem rendimento 20,18% maior do que o que só fez o ensino médio. Na iniciativa privada, o rendimento é 16,48% maior. "A pesquisa engloba dados de 1992 a 2009 e o setor público, na maioria dos anos, pagou mais para quem tem ensino superior do que o setor privado", explica Moura.

Trabalhadores do setor público ganham mais do que os do setor privado formal em 88% das ocupações. Levantamento do jornal O Globo, a partir dos dados do Censo 2010, levando em conta estatutários, militares e trabalhadores com carteira assinada, aponta que, no Brasil, das 338 ocupações nas quais é possível a comparação, o setor público paga mais em 297. Nessas 338 ocupações, o setor público soma 3,2 milhões de funcionários; o privado, 31,6 milhões.

Advogados e juristas, por exemplo, que trabalham as mesmas 40 horas semanais ganham no governo ou no setor militar 121% a mais do que seus colegas de formação empregados com carteira assinada no setor privado. Mesmo professores dos ensinos fundamental, médio e superior recebem mais quando não estão na iniciativa privada.

"O servidor público tem, em média, mais escolaridade do que o que está no setor privado e isso justifica em parte os salários maiores. Mesmo quando são levados em conta a escolaridade e o gênero, ainda assim, o servidor recebe, em média, 20% a mais do que quem está na iniciativa privada", diz Fernando Holanda Barbosa Filho, professor do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV-Rio), que acredita que como os servidores têm estabilidade, "uma espécie de seguro", deveriam ganhar menos do que os que estão no setor privado, "que correm mais risco". "O funcionalismo tem uma dupla vantagem: o salário mais alto e a estabilidade".

Segundo Breno Braga, economista da Universidade de Michigan e autor do estudo Escolaridade e diferencial de rendimentos entre o setor público e o setor privado no Brasil, com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2005, "os funcionários públicos recebem rendimento 24% maior/por hora do que os setor privado".

No entanto, Braga explica que "o diferencial de rendimentos médio por hora de trabalho no setor público decresce com o nível de escolaridade dos trabalhadores". "Esse diferencial é significativamente positivo para trabalhadores que têm o ensino superior incompleto. Para os que têm ensino superior completo o diferencial é pequeno, mas ainda favorável ao setor público."

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