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156 é o número da ouvidoria da prefeitura de Maringá para procurar objetos perdidos pela cidade. No caso de documentos, o prazo máximo para que se entre em contato diretamente nos setores de achados e perdidos é de três dias. Depois disso, os papéis são encaminhados à prefeitura e podem ser consultados pelo telefone da ouvidoria. Já os outros objetos ficam por cerca de três meses à espera dos donos. Se ninguém requerer, são doados às entidades assistenciais de Maringá – isso, é claro, se o item for útil para outras pessoas e estiver em boas condições.

Comprovação

Para resgatar o objeto esquecido, em todos os locais consultados pela reportagem é necessário que o "descuidado" vá até o setor de achados e perdidos, que funciona nos próprios locais, e prove que é o dono. Nem sempre é fácil, mas é obrigatório. No caso dos documentos os funcionários pedem que a pessoa indique os números registrados no papel. Em caso de bagagens e outros objetos, é pedida uma descrição, como cor e tamanho. Para resgatar celulares, por exemplo, é preciso dar o nome de algumas pessoas na agenda, para comprovar que o aparelho não está caindo nas mãos erradas.

Guarda-chuvas, bolsas, óculos, celulares. Quem é que nunca esqueceu um desses objetos pelo caminho? E antes de incomodar São Longuinho – santo invocado para encontrar o que se perdeu –, vale dar um pulo nos setores de achados e perdidos de locais de grande concentração em Maringá, como rodoviária, terminal urbano, aeroporto e Universidade Estadual de Maringá (UEM). Os locais guardam esses e muitos outros itens, alguns, até estranhos, como uma cadeira de rodas e dentaduras. A maioria dos objetos é resgatada pelos donos, enquanto o que sobra e pode ser doado vai para instituições assistenciais da cidade.

No Terminal Urbano de Maringá, por exemplo, o campeão do abandono é o guarda-chuva. De acordo com a direção do local, em dias chuvosos, o objeto é visto aos montes nos bancos de espera e dentro dos ônibus. Mas há quem acumule prejuízo maior, porque também são esquecidas, costumeiramente, sacolas de roupas adquiridas nas lojas, compras de supermercado e até notebooks.

No entanto, esses objetos nem de longe representam os itens mais curiosos. No local, já foi esquecida uma cadeira de rodas, a qual, dias depois, a dona foi buscar, alegando que percebeu que conseguia andar sozinha e nem se deu conta que havia deixado o meio de locomoção para trás.

Em outro momento, uma dentadura foi esquecida na pia do banheiro. Mas, de acordo com a direção, a cena, que poderia ser constrangedora para a dona, tornou-se cômica. A mulher de mais de 50 anos chegou meio encabulada, mas no mesmo instante abriu um sorriso largo, acompanhado de uma gargalhada. Aí foi fácil os funcionários reconhecerem que a prótese de fato pertencia a ela. Carrinhos de bebê e muletas também foram esquecidos e nunca recuperados.

Livros

Já na Universidade Estadual de Maringá (UEM) os livros fazem pilhas no setor de achados e perdidos. Quando as obras pertencem à biblioteca do campus, são encaminhados de volta às prateleiras. Do contrário, esperam o leitor sentir falta do companheiro. Os servidores dizem, também, que blusas, celulares e as carteirinhas com o registro do aluno (R.A) são encontrados aos montes pelos funcionários ou por outros estudantes que vão até o setor para entregá-las.

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