Na última semana, a cadeia produtiva de aço e ferro-gusa voltou a ser foco de denúncias de irregularidades ambientais e trabalhistas. Uma publicação do Instituto Observatório Social mostra que, em siderúrgicas do polo de Carajás (PA), exportadoras de ferro-gusa usam carvão obtido por meio do desmatamento ilegal e do trabalho escravo. Os grupos teriam presença e apoio de empresários, políticos e servidores públicos do Pará.
Segundo a pesquisa "O Aço da Devastação", em algumas siderúrgicas o uso do carvão ilegal sustenta mais da metade da produção. A prática ocorre com a compra de carvão "esquentado" por fraudes nos órgãos de fiscalização. O processo também seria comum na Amazônia, onde quatro das 16 principais siderúrgicas usam carvão de origem não explicada. A madeira seria proveniente de áreas de preservação e terras indígenas.
Apesar de reconhecer que esse cenário existe, o Instituto Aço Brasil (IABr), que representa produtoras de aço, diz que a prática se restringe às produtoras de ferro-gusa. Segundo o instituto, há uma confusão em relação ao termo "siderúrgica". "As empresas que produzem aço não causam um impacto ambiental. Das que usam carvão vegetal, 90% o fazem por meio do plantio de florestas próprias. As outras 10% utilizam o material de terceiros, que têm de ter certificados", garante a superintendente de Infraestrutura e Meio Ambiente do IABr, Cristina Yuan.
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