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O aumento de 8,5% no salário mínimo regional, aprovado na terça-feira (10) pelos deputados estaduais, não foi visto com bons olhos pelo Sindicato dos Empregadores Domésticos do Paraná (Sedep). Segundo o presidente do sindicato, Bernardino Roberto de Carvalho, o aumento pode custar o emprego de algumas pessoas.

"Estamos indo contra as pessoas que trabalham há anos sem nenhum reajuste. Penso também que qualquer R$ 20 a mais vai fazer diferença para quem ainda pode ter um funcionário doméstico", afirmou Carvalho em entrevista ao jornal Gazeta do Povo. Ainda de acordo com a reportagem, o presidente do Sedep acredita que o novo piso deve gerar um aumento de informalidade no interior do Paraná.

"No interior, os salários dos empregados domésticos não chegam a R$ 380. Muitos aceitam trabalhar por até R$ 200 ao mês, já que a informalidade é muito grande. Hoje, na capital temos apenas 20% de funcionários sem registro em carteira. No interior é o contrário: temos 80% de pessoas que estão na informalidade", explicou.

O aumento também foi recebido com ressalvas pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). De acordo com o coordenador do Conselho Temático de Relação do Trabalho da Fiep, Amílton Stival, o problema está no índice do reajuste.

"No ano passado, o piso representou um acréscimo de 25% acima da inflação. Este ano é 5% a mais do que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Ao todo vamos ter 30% de aumento. Precisamos dimensionar o despropósito que existe sobre este índice." Stival, que diz não ser contra o mínimo regional, afirma que o porcentual do reajuste é incompatível quando comparado aos outros trabalhadores. "Deveríamos seguir um mesmo patamar."

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT), Roni Anderson Barbosa, os empresários do Paraná já estão preparados para pagar o piso estipulado. "O que falta é uma política permanente de reajuste para que os empregadores e empregados consigam se adequar ao longo do tempo e não sejam pegos de surpresa com um reajuste fora do esperado."

Quem vai receber

O novo piso regional começa a valer a partir de 1.º de maio e será pago para as categorias sem convenção coletiva de trabalho. São seis níveis de valores, separados por categorias definidas pela Classificação Brasileira de Ocupações, que vão de R$ 462 para empregados nas atividades agropecuárias, florestais e da pesca, até R$ 475,20 para técnicos de nível médio. Os empregados domésticos passarão a ter como base o piso regional de R$ 464,20.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aproximadamente 190 mil trabalhadores serão beneficiados pela lei.

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