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das 59 universidades federais do país estão com suas atividades paralisadas por causa da greve dos professores. O mesmo ocorre em 34 dos 38 institutos federais de educação, as antigas escolas técnicas.

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Os estudantes das universidades dos institutos federais em greve não devem ter esperança de que a proposta salarial anunciada na sexta-feira passada fará com que a paralisação dos docentes termine. O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) divulgou um comunicado em que reprova a oferta feita pelo governo federal de reajuste e pede para que os professores façam uma "análise crítica" da proposta. "Neste momento, é impossível delimitar um prazo para o fim do movimento porque a proposta não nos atende" afirma Luiz Henrique Schuch, vice-presidente do Andes.

A proposta apresentada pelo governo prevê, entre outros assuntos, a redução dos níveis de carreira de 17 para 13 – como forma de incentivar o avanço rápido e a busca por títulos – e reajustes de 12% a 40% escalonados nos próximos três anos. Somado ao aumento já concedido em março, o reajuste máximo chega a 45%. "É tudo maquiagem que não nos enganou", ataca Schuch.

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O Andes afirma que, com a proposta do governo, só o professor-titular, no topo da carreira, terá um ganho real ao final de três anos. Esse grupo representa cerca de 10% dos docentes ativos, um total de pouco menos de 70 mil. Doutores, por exemplo, terão de 30% a 40%. Já os professores com título de mestre, de 25% a 27%. A proposta do governo prevê um impacto de R$ 3,9 bilhões nos cofres públicos – o orçamento do Ministério da Educação (MEC), em 2012, é de R$ 85 bilhões.

No comunicado, o An­des propõe radicalizar as ações da greve, que completa dois meses nesta semana e atinge 56 das 59 universidades federais, incluindo a Universidade Fe­deral do Paraná (UFPR) e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). A paralisação também afeta 34 dos 38 institutos federais, dois Centros de Educação Tecnológica (Cefets) e o Colégio Federal Pedro II, no Rio de Janeiro.

Segundo Schuch, o principal problema é o não atendimento à reivindicação central da categoria: a reestruturação da carreira docente. "Além de não unificar a carreira, o acréscimo financeiro como resultado da titulação ficou fora do corpo do salário, virou gratificação. Não aceitamos isso".

Durante esta semana haverá assembleias gerais pelo país de forma a discutir o que será apresentado na próxima reunião com o Ministério do Planejamento, agendada para o dia 23. Mas não há otimismo. "Recebemos a proposta, estamos analisando, mas todos sabem que ela não avança. Em muitos pontos, até regride. Acredito que, se não houver avanço, a greve continua."

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Segundo o MEC, a proposta atende a demandas históricas e não há nenhuma possibilidade de mudança nos valores apresentados. "É uma proposta final quanto ao volume de recursos alocados", diz Amaro Lins, secretário de Educação Superior do MEC.

Segundo ele, o governo está aberto à discussão de questões pontuais, como a exigência de o docente cumprir no mínimo 12 horas/aula semanais, mas não questões salariais. "É momento de ter bom senso e pensar no atendimento à comunidade" diz.