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Terça-feira de protestos

Na manhã de terça-feira (10), cerca de 400 servidores fizeram uma vigília em frente à sede da Secretaria Estadual de Saúde. Os funcionários usaram faixas e velas acesas e trajavam preto, em sinal de luto, no protesto contra a falta de incentivo à área de saúde para simbolizar.

Na parte da tarde, a mobilização ocorreu na Assembléia Legislativa. Os 400 manifestantes ocuparam uma das tribunas da casa para pedir o apoio aos deputados estaduais para as negociações com o governo.

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Depois de protestar e pedir ajuda aos deputados estaduais, o Sindicato dos Servidores na Saúde no estado do Paraná (SindSaúde/PR) acena com a possibilidade de greve caso, até o fim desta semana, o governo do estado não sinalize uma possibilidade de negociação.

Desde a manhã desta quarta-feira, representantes do sindicato estiveram na Assembléia Legislativa do Paraná conversando com deputados para que eles intercedecem junto ao governador Roberto Requião. De acordo com a diretora do sindicato, Graziela Sternhein, a reivindicação é contra uma determinação do governador que eleva a carga horária dos profissionais de saúde de 30 horas semanais - vigente desde 1992 como rege a Organização Mundial de Saúde(OMS) e outros órgãos - para 40 horas. Esta diferença de 10 horas, ainda de acordo com a diretora, seria descontada do salário, já no mês de maio, dos servidores que não cumprirem a ordem de Requião.

"O que estamos pedindo é que o governo abra negociação com o sindicato. Mas o que parece é que os deputados têm medo do Requião. Um empurra o problema para o outro", desabafa Graziela. "Vamos convocar uma assembléia e vai ser difícil conter a categoria", adiantou, acenando com a possibilidade de uma paralisação dos servidores.

Durante a tarde, o deputado Luiz Eduardo Cheida iniciou um abaixo-assinado para pressionar o governo a dialogar com o sindicato. No fim da tarde, apenas oito parlamentares assinaram o documento. "O Romanelli (deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli, lider do governo na Casa) me disse que o abaixo-assinado iria irritar o Requião. Que o caminho é a conversa", diz a diretora do sindicato.

Além disso, Romanelli, segundo Graziela, teria tentado conversar com Maria Marta Lunardon - procuradora geral do estado, que exerce o cargo interinamente, e com o secretário Estadual de Saúde Cláudio Xavier. "Ele (Xavier) disse ao Romanelli que a pressão do Requião é grande para descontar", diz.

Denúncias

A diretora do SindSaúde denuncia que em alguns hospitais do estado e em regionais de saúde do Paraná as chefias, que têm cargo comissionado, estariam ameaçando os funcionários. "Na semana passada, aqui em Curitiba, um servidor sofreu um infarto durante uma discussão com a chefia", conta. "São ameaças de transferência e até de demissão", completa.

Graziela conta ainda que em 2005, o governo do Paraná devolveu ao Ministério da Saúde uma parte da verba destinada ao combate de dengue no estado. "Não sei o valor exato, mas seriam mais de R$ 40 mil", afirma. Em relação à verba destinada em 2006, a diretora diz que o sindicato está fazendo um levantamento para saber se houve devolução.

Secretaria

A reportagem da Gazeta do Povo Online procurou a Secretaria Estadual de Saúde para comentar a manifestação do sindSaúde e as denúncias. A assessoria informou que iria se pronunciar sobre o assunto, mas até as 18h30 ainda não tinha se manifestado.

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