Sistema de ciclovias pode ser pedra no sapato

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Uma das ideias para alavancar o plano de mobilidade da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) é o incentivo ao uso de bicicletas. A proposta, entretanto, pode esbarrar em um sério problema de mobilidade da cidade de Curitiba: as ciclovias existentes ligam parques, mas não servem, normalmente, ao trânsito diário casa-trabalho ou casa-faculdade.

Fábio Duarte, um dos idealizadores do plano de mobilidade da PUC-PR, sabe que esta realidade pode ser um obstáculo para a implantação do programa. "Eu só acredito na bicicleta sendo levada a sério como meio de transporte quando tiver uma ciclovia no meio da Avenida Visconde de Guarapuava", opina.

O estudante do mestrado de gestão urbana da PUCPR Rafael Barczak, 26 anos, mora no Bigorrilho e vai à universidade, no bairro Prado Velho, todos os dias de bicicleta. Segundo Barczak, diariamente, ele trava uma luta com os carros. "70% do meu trajeto eu faço em vias normais. Divido espaço com os carros. É complicado", diz.

Conforme Duarte, contudo, a iniciativa da PUCPR pode contribuir para uma mudança de concepção sobre este meio de transporte. "Quando todos os pólos geradores de tráfego derem condições para o uso da bicicleta, poderemos pressionar a prefeitura para ações mais fortes neste sentido", diz

Enquanto isso, a PUCPR deve propor ao Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) um projeto de interligação até o câmpus de duas ciclovias que passam próximas à universidade (Linha Verde e Aluízio Finzetto). "Nós somos a universidade mais bem servida de ciclovias, mas nenhuma delas chega até o câmpus", explica Duarte.

De acordo com o Ippuc, um plano diretor cicloviário está sendo preparado e a proposta da PUCPR, de interligação das duas ciclovias ao câmpus universitário, pode vir a ser estudada e incluída. De acordo com a assessoria de imprensa do Ippuc, contudo, o projeto da PUCPR ainda não foi apresentado.