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Brasília – A situação na campanha do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, passou de preocupante para crítica. Nem mesmo a pesquisa do Ibope, divulgada sexta-feira pela TV Globo e que apresentou uma discreta recuperação do candidato, melhorou o ânimo no PSDB. Segundo os próprios tucanos, o prazo máximo para mudanças do quadro eleitoral seria 7 de setembro. Sem uma alteração significativa, e principalmente com a estabilidade do presidente Lula, a luz vermelha está permanentemente acesa no comitê do PSDB.

De forma reservada, tucanos e pefelistas dizem que será muito difícil derrotar Lula. Tanto que a estratégia do comando de campanha agora é insistir no discurso de que haverá segundo turno. Um dos coordenadores da campanha de Alckmin diz que isso será considerado uma vitória. Hoje, até mesmo os principais defensores da candidatura de Alckmin reconhecem que o desempenho do candidato ficou abaixo do esperado.

"O Alckmin sempre teve uma expectativa muito grande de crescimento com o início do programa de tevê. Existia uma confiança na estratégia de marketing. Mas até o momento isso ainda não se traduziu em números. Enfrentamos um quadro de muita dificuldade", afirmou o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE).

"Quando as pesquisas não são boas, há o abandono das pessoas, dos aliados. Esse é um quadro natural das campanhas. Mas o governo Lula é cheio de flancos: da economia ao comportamento ético. Temos que explorar isso", acrescentou o presidente tucano.

Comando

No PSDB e no PFL há a convicção de que a oposição errou ao deixar nas mãos do candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, e do marqueteiro Luiz González o comando da estratégia de campanha. Concluiu-se que o candidato e o publicitário optaram por uma campanha voltada mais para a biografia de Alckmin, deixando em segundo plano os interesses do partido.

Tucanos e pefelistas dizem nos bastidores que Alckmin já lucrou na campanha, pois tornou-se conhecido nacionalmente e passou uma imagem "limpa", de um candidato que não ataca. No entanto, prejudicou muito a oposição ao não desconstruir Lula nem enfraquecer o PT e o governo. Num desabafo, um influente tucano disse que Alckmin ainda não mostrou disposição para ganhar. A constatação interna é que ele precisa ser mais incisivo e despertar mais emoção no eleitorado.

"Gostaria que Alckmin estivesse mais estressado, porque candidato estressado vai à luta. Essa diferença nas pesquisas eleitorais entre Lula e Alckmin é real. Essa não é uma situação confortável", disse o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), resumindo o ânimo no partido.

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