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Programa brasileiro vai para a África

A UnAids vai levar os programas de tratamento contra o vírus do HIV do Brasil para a África, inclusive criando agências de controle de remédios nos moldes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O anúncio da nova cooperação será feito em dez dias, em Brasília, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A entidade que comanda a luta contra a doença na ONU escolheu o Brasil como principal local para a comemoração do dia 1.º de dezembro, reconhecido como a data para marcar a luta contra a doença. Michel Sidibé, diretor-executivo da UnAids, disse que a meta é romper com a ideia de que apenas países ricos podem contribuir para a luta contra a aids.

Apenas quatro em cada dez brasileiros usam preservativos em suas relações sexuais e metade dos brasileiros sequer sabe se está ou não contaminado pelo vírus da aids. Os dados publicados ontem pela UnAids mostram que, se o Brasil é um dos países considerados como exemplo na luta contra a doença, existem problemas ainda na estratégia da prevenção.Hoje, o Brasil destina menos de 10% de seu orçamento para a prevenção da doença. No total, o governo gastou US$ 623 milhões no programa de aids em 2008 e o país é um dos três emergentes que mais destinou recursos ao setor. Mas apenas US$ 41 milhões foram para a prevenção. O resto foi todo para a compra de remédios.

Segundo o levantamento, apenas 43% dos homens brasileiros dizem usar preservativos, instrumentos que a UnAids considera como "a maneira mais eficiente" de frear a doença. A taxa é bem inferior à de muitos países africanos, europeus e latino-americanos.

O governo federal estima que o número deve ser olhado por outro pris­­­­­­ma. Entre os jovens de 15 a 19 anos, a taxa de uso de preservativos é de 76%. Mas ela cai para apenas um a cada três ho­­mens entre 25 e 49 anos.

A importância do preservativo fica mais evidente diante dos resultados das pesquisas no Brasil: 41% dos jovens entrevistados co­­meçaram a vida sexual com menos de 15 anos de idade. Entre as meninas, a taxa é de 29%.

Segundo a UnAids, uma das maiores preocupações em relação ao Brasil ainda é a questão da proliferação de casos entre homens homossexuais. Para a entidade, 12% dos casos atuais no país estão nesse grupo e não há sinais de que seja um setor sob controle.

Os dados da UnAids sobre o tamanho da doença no Brasil são pouco precisos. Entre 460 mil e 810 mil pessoas estariam contaminadas, contra um máximo de 560 mil há dez anos. A prevalência quase não mudou, variando de 0,3% a 0,6%. Em 2001, a taxa era de no máximo 0,5%. Entre 18 mil e 70 mil novas infecções teriam sido registradas em 2009. Já as mortes variam entre 2 mil e 25 mil no ano.

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