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Os 2.250 taxistas que têm permissão para circular em Curitiba tiveram sete meses para se recadastrar na Urbanização de Curitiba (Urbs). O prazo terminou às 17h30 de ontem e seis taxistas autônomos deixaram de apresentar a documentação. Eles poderão perder a licença para o serviço. O cadastramento começou a ser feito após denúncias de comércio ilegal de placas de táxi na cidade.

A maioria das permissões – 2.033 – é de taxistas autônomos. Também atuam no setor de transporte individual de passageiros na capital 16 empresas, responsáveis por 217 permissões. Mesmo aqueles que se recadastraram ainda não estão livres de terem as licenças canceladas.

A assessoria de imprensa da Urbs informou que todos os documentos serão analisados pelo departamento jurídico da empresa para tentar identificar possíveis fraudes. Apesar das denúncias de existência de uma máfia para venda de permissões para táxis publicadas pela Gazeta do Povo em agosto do ano passado, nenhuma licença foi cassada até agora.

O escândalo resultou no afastamento do chefe de unidade de táxi da Urbs, Henry Sobanski. A empresa tomou a decisão após confirmar a denúncia de que a mãe dele, Maria de Lourdes Sobanski, de 68 anos, recebeu uma licença de táxi em abril de 2006.

O presidente do Sindicato dos Taxistas de Curitiba, Pedro Charlus, criticou o recadastramento. Ele afirma que os taxistas já são obrigados a enviar informações para Urbs a cada dois anos. "Esse recadastramento só deu prejuízo e transtorno para os taxistas", disse.

O atual gerente do setor de serviços de táxis e transporte comercial, José Carlos Pereira Filho, foi procurado para comentar o caso, mas a reportagem foi informada de que ele estava de férias e só retornaria ao trabalho hoje. O presidente da Urbs, Marcos Isfer, foi procurado durante todo o dia e não atendeu ao telefone.

Fraude

Conforme apurou o jornalista Mauri König, a transação de licenças é um negócio que rende R$ 14 milhões por ano, tendo-se por base o valor médio de R$ 180 mil de uma placa no mercado clandestino.

A punição para quem faz parte deste comércio ilegal é a cassação da placa do táxi. Oficialmente, a Urbs não reconhece a prática, que está sendo investigada pelo Ministério Público. Todos os anos, entre 70 e 80 licenças são transferidas diretamente de um permissionário para outro.

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