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Nem o sol forte e os termômetros de rua batendo na casa dos 32ºC impediram cerca de 40 mil curitibanos, segundo estimativa da Polícia Militar, de acompanhar o desfile cívico-militar em comemoração à In-dependência do Brasil. A Avenida Cândido de Abreu foi o palco das comemorações que tiveram início às 9h30, com a chegada do Fogo Simbólico da Pátria, conduzido por atletas vencedores da 70.ª Corrida do Facho – prova disputada por militares em comemoração ao Dia do Soldado (25 de agosto). Durante três horas e meia, 8 mil civis e 3 mil militares, além de cerca de 200 veículos, entre jipes, tanques e carros blindados, passaram pela avenida.

A apresentação animou o público que aplaudia quem passava pela avenida – fossem soldados das tropas especiais do Exército, fossem crianças representando as escolas da cidade. Vestido de soldado, o pequeno Gabriel de Moraes Bueno Santa Clara, 3 anos, acompanhava com atenção o desfile. O interesse, segundo o avô Ari Bueno, 50 anos, veio de família. "Ele tem um tio que acabou de dar baixa no Exército." Ari e Gabriel saíram de Pinhais, região metropolitana de Curitiba, às 8 horas da manhã, para garantir um bom lugar. "Só vamos embora quando o último pelotão passar", disse Ari.

A animação da dona-de-casa Neide Floriano, 56 anos, também era grande. Freqüentadora habitual dos desfiles, ela conta que este ano não veio ver filhos ou sobrinhos desfilarem. "Comecei a vir para assistir as crianças, mas gostei e hoje estou aqui por patriotismo mesmo", explicou. O desfile de Sete de Setembro foi elogiado pelas autoridades. O Comandante da Artilharia da 5.ª Divisão do Exército, general-de-brigada Emir Benedetti, afirmou que o evento foi a maior comemoração de Independência da história de Curitiba. "Na parte militar, nós apresentamos um efetivo maior e um destaque ao corpo feminino", disse. O governador Roberto Requião afirmou que o sentimento patriótico esteve presente em todo o desfile. "É o Dia da Independência, o dia em que o Brasil se reafirma como nação e cada dia Sete de Setembro aqui em Curitiba é melhor que o outro."

Pedido de paz

As cerca de 4 mil pessoas que assistiram ao desfile cívico-militar em Foz do Iguaçu acompanharam também o protesto de várias organizações públicas e privadas pelo fim da violência na cidade. Vestidas de branco, pedindo paz, ou de preto, em luto pelas vítimas da falta de segurança, dezenas de pessoas cobraram das autoridades mais envolvimento nas questões da fronteira.

Estudantes e professores do Colégio Estadual Sol de Maio lembraram a morte do estudante Oziel de Fleitas Israel, 17 anos. O adolescente foi assassinado com quatro tiros nas costas quando voltava para casa depois de uma gincana promovida pela escola, na quarta-feira à noite. Funcionários da Secretaria Municipal de Ação Social, onde ele era estagiário, também fizeram uma homenagem ao colega de trabalho, carregando rosas vermelhas pela avenida.

Incentivadas pelo Conselho Municipal da Mulher, várias pessoas participaram do desfile levando faixas e cartazes com frases contra o "descaso" dos governos em relação ao crescente número de homicídios, roubos e o domínio do tráfico de drogas na região. "Mais que segurança, é preciso também garantir oportunidades para as pessoas. Grande parte do problema seria resolvida com a geração de empregos", observou a vice-presidente da entidade, Sandra Fagundes.

Em protesto à postura do Núcleo Regional de Ensino, estudantes do Colégio Estadual Barão do Rio Branco desfilaram com faixas na boca imitando mordaças. No fim do mês passado, a diretora e três professores que denunciaram supostos atos de corrupção praticados pela administração anterior teriam sido impedidos de continuar o ano letivo.

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