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São Paulo – O rabino Henry Sobel terá de prestar 100 horas de serviços voluntários no Brasil, conforme acordo firmado ontem com a Justiça do Condado de West Palm Beach, na Flórida, Estados Unidos. Os trabalhos comunitários substituem uma eventual pena de condenação a Sobel, preso em 23 de março ao furtar quatro gravatas em três lojas especializadas de Palm Beach.

O acordo, negociado durante cerca de um mês, foi firmado entre o juiz Mark Eissey, o advogado do rabino, Marc Shiner, e a promotoria do condado norte-americano. Henry Sobel disse que a entidade que escolheu para cumprir a determinação é a União Brasileira Israelita do Bem-Estar Social (Unibes), no bairro Bom Retiro, no centro de São Paulo.

"Vou fazer palestras, conscientização da realidade social. Pretendo levar as pessoas responsáveis pela entidade para conhecer as favelas, a realidade social do Brasil, e conscientizar a população judaica e não-judaica da necessidade de ajudar os menos favorecidos", disse Sobel.

Evitando falar em "fim do pesadelo", o rabino afirmou que não poderá mais cometer deslizes. "Acho que agora a responsabilidade social começa. Nunca mais poderá haver um deslize por parte de ninguém, mais ainda alguém que se considera um modelo de comportamento. Então, esse acordo, a meu ver, significa um começo de responsabilidade maior para dar mais substância ao meu trabalho social em favor dos desprivilegiados", comentou.

Mais de dois meses depois de ter sido preso, flagrado pelas câmaras do circuito interno de tevê da loja Louis Vuitton de Palm Beach, o rabino afirma que continua "muito traumatizado" com o episódio. "O episódio é um pesadelo. Não tenho palavras para explicar o inexplicável. Certamente não tenho condições de justificar o inexplicável. Algo aconteceu e esse algo nunca mais vai acontecer", disse Sobel.

Tratamento

O acordo feito com a Justiça norte-americana também prevê que o rabino receba tratamento psicológico, por um profissional de sua escolha, para evitar o uso abusivo de remédios, o que provocou, segundo ele, o seu ato de furtar as gravatas. Uma equipe de psicólogos do hospital Albert Einstein, de São Paulo, que faz o acompanhamento de Sobel desde março, quando chegou de volta dos EUA, vai enviar um relatório sobre sua situação de saúde à promotoria do Condado de West Palm Beach.

Em abril, a promotoria da Flórida decidiu reclassificar o caso do rabino brasileiro, fazendo com que passasse a responder a apenas três acusações de pequenos furtos. No último dia 16 a promotora-assistente Jill Richstone, da Flórida, promoveu nova reclassificação das acusações. Mesmo se fosse condenado, Sobel não seria mais levado à cadeia. Ontem, em São Paulo, ele já tinha planos de curto prazo. "Pretendo voltar à presidência da Congreção Israelita Paulista dentro de duas semanas, reassumindo as minhas funções como rabino", disse Sobel.

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