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Uma das fotos apresentadas pela defesa como álibi do coronel Martins | Reprodução tevê Bandeirantes
Uma das fotos apresentadas pela defesa como álibi do coronel Martins| Foto: Reprodução tevê Bandeirantes

Três pessoas que sobreviveram aos ataques atribuídos ao ex-co­­mandante do Corpo de Bombeiros do Paraná, coronel Jorge Luiz Thais Martins, e duas testemunhas dos crimes serão intimadas pela Polícia Civil a fazer o reconhecimento oficial do suspeito. O procedimento é considerado uma prova mais consistente que o reconhecimento fotográfico, modalidade em que quatro pessoas – entre sobreviventes e testemunhas – já apontaram o coronel Martins como autor dos crimes. O ex-comandante é acusado de ter matado nove pessoas e baleado outras cinco, entre agosto de 2010 e janeiro de 2011, no bairro Boqueirão, em Curitiba.

A realização do procedimento deve obedecer ao que determina o artigo 226 do Código do Processo Penal. Inicialmente, a testemunha descreverá o suspeito à autoridade policial. Em seguida, em uma sala, o coronel será colocado perfilado ao lado de outras pessoas que tenham características em comum. Em um anexo isolado, de onde não poderá ser vista, a testemunha apontará para o suspeito. "Cada sobrevivente ou testemunha fará o reconhecimento de forma isolada, uma pessoa por vez, sem que um tenha contato com o outro, impedindo qualquer comunicação entre essas pessoas", explicou o delegado Cristiano Augusto Quintas dos Santos, da Delegacia de Homicídios (DH), que assumiu o comando do inquérito.

O delegado informou que vai aprofundar as investigações sobre a participação de uma segunda pessoa nos ataques e se policiais militares participaram dos crimes, ainda que indiretamente. No primeiro ataque – ocorrido no dia 8 de agosto – e no terceiro – no dia 10 de novembro – há relatos de que duas pessoas atiraram contra as vítimas.

Sobre a acusação do coronel de que os crimes teriam sido cometidos por um policial militar, que teria tido um parente assassinado a golpes de chave de fenda no mesmo bairro, Santos informou que em um levantamento prévio não encontrou nenhum registro de homicídio no Boqueirão, envolvendo familiares de PMs e ocorrido nas circunstâncias descritas.

Arma e celular

O advogado Sílvio Cesar Micheletti entregou à polícia ontem a arma – uma pistola ponto 40 – que estava em poder de Martins. O celular do suspeito também foi entregue às autoridades. "Nós [a defesa] não temos nada a esconder. Essa arma sequer foi disparada", disse.

A pistola foi encaminhada para perícia no Instituto de Criminalí­­stica (IC). De acordo com Santos, a arma pertence ao Corpo de Bombeiros e estava em poder do coronel Martins desde 2006. O calibre da pistola corresponde ao encontrado nos quatro primeiros ataques dos quais o ex-comandante é suspeito.

A perícia vai focar, principalmente, no confronto balístico, comparando se os projéteis encontrados em locais onde os crimes ocorreram foram disparados pela arma que estava com Martins. "Ainda que o confronto balístico dê negativo, isso não afasta os indícios que apontam a autoria dos crimes ao suspeito. Temos outras provas nos inquéritos", ressalta.

Micheletti disse que vai ingressar hoje com um pedido de revogação de prisão de Martins. "Temos um vasto material, com testemunhas, fotos e documentos, que comprovam que o coronel não cometeu estes crimes", disse. Segundo o advogado, o coronel está "abalado e abatido".

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