Em conversa telefônica realizada em 19 de dezembro, um cliente da Interlaken, agência que anunciou o fechamento via Facebook sete dias depois, questiona Marseille Fontoura, sócia-proprietária da empresa, sobre seu pacote de lua-de-mel.
O cliente relata que, em contato com as empresas aéreas e o hotel, não havia confirmação das reservas, apesar de a agência já ter encaminhado os vouchers com os códigos identificadores das mesmas a ele.
Apesar das dúvidas do consumidor, a empresária reafirma que tudo está corretamente pago e reservado, conforme descrito no contrato assinado entre as partes.
A gravação da conversa foi repassada à Gazeta do Povo pelo advogado de defesa da vítima, Paulo Roberto Nascimento, com autorização do delegado que chefia a investigação, Guilherme Rangel.
Mais de 120 lesados pelo fechamento
Até a manhã desta quarta-feira (6), o delegado da Delegacia de Crimes contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon) contabilizava 128 boletins de ocorrência contra a agência, feitos por clientes lesados com o fechamento abrupto. Segundo cálculos da polícia, o prejuízo estimado estaria em R$ 2 milhões. De acordo com Rangel, os sócios serão investigados também por estelionato.
De acordo com as apurações iniciais da polícia, os sócios da empresa não possuem bens equivalentes ao valor do provável prejuízo causado aos clientes. Em alguns casos, foram perdidos R$ 70 mil.
Até o momento, a polícia disse não ter conhecimento de nenhum pedido de falência judicial elaborado por parte da empresa, o que seria um indício de má-fé dos responsáveis pela agência.
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Uma das duas sócias da empresa, Lúcia Fontoura, prestou depoimento nesta quarta e afirmou que só viu o tamanho do rombo da agência no final do ano. A outra sócia, Marseille Fontoura, filha de Lúcia, chegou para depor na Delegacia de Crimes contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon) nesta tarde. O terceiro convocado, o diretor Augusto Benzi, deve depor na quinta-feira (7).
Outro lado
Questionados nesta quarta-feira sobre a gravação, os advogados dos proprietários da Interlaken disseram que não iriam se pronunciar.
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