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A sociedade civil organizada tem dado mostras de que é possível amenizar os índices de criminalidade, a partir da consolidação de associações de bairro e de conselhos comunitários de segurança – os Consegs. Dessa forma, a comunidade se articula em redes e interagem diretamente com as forças de segurança que atuam nos bairros.

“Os Consegs são o caminho mais curto da comunidade com as autoridades policiais. A partir das discussões, chega-se a um projeto próprio de prevenção em cada bairro. Os bairros com Conseg têm mais condições de controlar os índices de violência, porque estão mais perto das autoridades”, apontou o coordenador estadual dos Consegs, Caio Rizzardi.

Em Curitiba, são 36 conselhos de segurança em atuação. Em todo o Paraná, a meta é completar 300 Consegs operando até o fim deste ano. Entre as políticas desenvolvidas, estão iniciativas como redes de WhatsApp em que vizinhos trocam informações constantes, e projetos de prevenção em que os moradores disparam um alarme quando notam alguma anormalidade na rua.

Efeitos

Para o sociólogo Cézar Bueno, essa articulação social pode gerar efeitos colaterais, como a comunidade assumir uma obrigação que é do Estado e acabar mascarando as motivações estruturais por trás dos crimes. “Por um lado, a população se vê obrigada a resolver uma perspectiva que cabe ao Estado. Por outro lado, ninguém rouba por que quer. Esses crimes estão atrelados a uma dinâmica maior e enquanto o Estado não superar esses problemas estruturais amplos, a sociedade vai continuar assistindo crimes”, diz.

Um dos bairros que observou o aumento do número de assaltos no primeiro trimestre, o Bacacheri já conseguiu reverter parte desse quadro com a ajuda do Conseg. Os moradores identificaram “pontos críticos”, em que os roubos estavam ocorrendo em grande incidência, e repassaram a informação à polícia. “Em maio, os índice já recuou 17%. A grande vantagem é que os Consegs sabem como ninguém da realidade do bairro e podem ajudar a polícia”, disse o presidente do Conseg, Celso Kataloski. (FA)

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