• Carregando...

Cochilar ao volante, perder o fio da meada durante uma conversa e repetir atos automáticos, sem consciência do que se está fazendo, podem ser sintomas de um distúrbio cada vez mais presente nos consultórios de neurologistas: a síndrome do sono insuficiente de origem comportamental, que atinge 5% da população. O quadro, cujo principal sintoma é a sonolência excessiva durante o dia, tem a ver com o ritmo da vida moderna, aponta o neurologista Flávio Alóe, coordenador do Laboratório do Sono do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-USP). E, mais do que uma situação normal, é um problema que pode e deve ser tratado.

Além de causar a perda da produtividade, a sonolência excessiva também coloca em risco a vida daqueles que dirigem, cuidam de crianças ou operam máquinas. "As pessoas têm tempo para o segundo emprego, para se dedicar à internet e às redes sociais. Só não têm tempo para dormir. Então, ficam sonolentas, produzem menos, se expõem ao risco ao dirigir, porque não pagam seu débito de sono", afirma Áloe.

A sonolência excessiva funciona como uma febre, que avisa que algo vai mal no organismo. É preciso que o paciente passe por exames médicos, para excluir doenças que influem na qualidade do sono, como Parkinson, epilepsia, apneia (obstrução das vias respiratórias durante o sono) ou narcolepsia (estado de sonolência contínuo com crises incontroláveis).

Em todo o mundo, entre 32% e 40% das pessoas dizem ter enfren­­­tado dificuldade para dormir du­­rante algum período. "É possível enfrentar o problema melhorando a qualidade de vida. Toman­do cuidados com a alimentação e praticando exercícios", diz o neurologista suíço Claudio Bassetti, presidente da Sociedade Europeia do Sono. "O indivíduo tem de dormir o tempo necessário para se manter desperto e atento no dia seguinte Na maioria dos casos, esse tempo varia de 7 a 10 horas por noite."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]