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Cerca de 2 mil pessoas confirmaram presença na marcha de Curitiba, marcada para as 18 horas | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Cerca de 2 mil pessoas confirmaram presença na marcha de Curitiba, marcada para as 18 horas| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

No exterior

Cerca de 2,6 mil brasileiros prestam apoio na Europa, Estados Unidos e Canadá

Em solidariedade, brasileiros espalhados pelo mundo também se mobilizam para apoiar os protestos contra o aumento da tarifa de ônibus, metrô e trem nas principais cidades do Brasil. Na tarde de ontem, 2,6 mil brasileiros se organizaram nas cidades de Dublin (Irlanda), Berlin (Alemanha), Nova York (EUA) e Montreal (Canadá).

Em Dublin, cerca de 2 mil pessoas participaram do protesto, que começou por volta das 13 horas (horário local) e terminou por volta das 16h30. Os números são da polícia local, que acompanhou o evento, chamado Brazil Awakening Dublin. Segundo a organização, a ideia de promover apenas um ato, sem envolver caminhadas pela cidade, foi determinação da polícia, para evitar transtornos no trânsito.

Segundo Andréa Cordeiro, uma das organizadoras do evento, a manifestação foi uma forma de apoiar os brasileiros que estão indo às ruas, "mesmo de longe". "Se eu estivesse no Brasil eu iria para a rua, não apenas pelos vinte centavos, mas por tudo", diz.

Em Nova York, os brasileiros tiveram dificuldades para realizar o evento no Central Park. Cerca de cem manifestantes, a maioria estudantes na faixa de 20 anos, se reuniram no local com cartazes, mas o movimento teve de ser remarcado devido à falta de permissão da polícia local para a realização do evento.

"Nós imaginávamos que seria só um encontro de poucos amigos, mas foi ganhando muita adesão no Facebook. Quando passou de mil, procuramos a polícia, mas eles disseram que precisava de mais antecedência para agendar", disse Jean Nogueira, um dos organizadores.

Em Berlim, cerca de 350 pessoas se reuniram na Kottbusser Damm, uma das principais vias da cidade, para apoiar os manifestantes brasileiros.

Folhapress

A manifestação que começou restrita à reivindicação pelo passe livre e pela redução da tarifa de ônibus ganhou proporções nacionais e passou a agregar diferentes bandeiras, independentemente da vontade das lideranças. Analistas políticos avaliam que por trás dessa proliferação de pleitos está a insatisfação com um sistema político que não representa mais o eleitor. Novos atos estão marcados para hoje em capitais como Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, além de Londrina, no interior do Paraná.

Para Carlos Mello, cientista político e pesquisador do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), a junção de diversas causas nas manifestações é um sintoma de que as questões cotidianas ficam em segundo plano na esfera política. "Há um sentimento represado de que as instituições políticas não nos representam mais. Há uma série de problemas como segurança, precariedade da saúde, problemas cotidianos para os quais os partidos aparentemente viram as costas para viver em função de seus interesses próprios e das eleições", disse.

Enquete

Uma enquete feita na página do movimento contra a tarifa no Facebook faz a seguinte pergunta: "Qual outro motivo faria você ir pra rua depois que o valor da passagem voltar a R$3?". A resposta que aparece em primeiro lugar, com mais de 19 mil votos, é reforma política, na frente de educação (10 mil votos) e desmilitarização das polícias (2,7 mil votos), por exemplo. "Os três níveis de governo estão sendo contestados e cobrados", aponta o professor e cientista político da Fundação Getulio Vargas (FGV), Marco Antônio Carvalho Teixeira.

De acordo com Melo, o eleitor se sente sozinho e distante dos políticos que ajudou a colocar no poder. "Vinte centavos viram uma grande gota d’água onde transborda um balde de ressentimentos. É necessário recompor um sistema político capaz de perceber o problema da cidadania", afirmou o professor do Insper.

Boca Maldita

Cerca de 10 mil pessoas confirmaram presença, pelas redes sociais, no protesto de hoje, em Curitiba. O grupo deve se reunir na Boca Maldita e sair em marcha perto das 18 horas. O movimento reúne grupos como a Organização das Farofadas, Marcha da Maconha, Marcha das Vadias e integrantes de partidos políticos. A manifestação também pretende divulgar a "Farofada pelo Transporte Público", marcada para o próximo dia 21.

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