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São Paulo – Inverno ora em tons dramáticos e cores fortes, ora em tons sóbrios, que vão do gelo ao preto. No primeiro dia desta 22.ª edição da São Paulo Fashion Week o clima quente de verão foi substituído pela melancolia nas passarelas, com apenas algumas exceções.

O estilista Reinaldo Lourenço, chefe do clã de criadores que tem Glória Coelho e o jovem Pedro Lourenço, mixou a aristocracia dos rapazes eduardianos à imagem apocalíptica do filme Mad Max.

O resultado foi um conjunto pouco heterogêneo, mas com boa alfaiataria em casacos que terminam em pequenos plissados e vestidos em camadas com estes mesmos plissados. A silhueta é mais seca do que a do verão. No contraponto contemporâneo, o estilista insere correntes prateadas, zíperes – com função ou não – e couro misturado a tecidos nobres. De tendência é possível destacar as indefectíveis calças leggings usadas com botas e vestidos e os casaquetos estruturados no ombro.

A grife Uma apostou em uma receita que deu certo em outras edições: um pouco de conceito misturado a uma roupa pronta para vestir.

A inspiração dadaísta proposta pela estilista Raquel Davidowicz ficou um pouco perdida em meio as já manjadas sobreposições de volumes e tecidos e as misturas pouco originais de laranja com preto. Para os homens, calças soltas e casacos de matelassê bem quentinhos, mas que não favorecem os mais cheinhos.

De volta à SPFW depois de uma edição fora do evento, a talentosa Giselle Nasser já se despediu do posto de promessa para alcançar um lugar junto aos bons estilistas. Sua coleção inspirada simplesmente na noite é uma cartada certa rumo a consumidora na casa dos 30 anos – ela própria está com 29 – com segurança suficiente de encarar um minivestido com muita cor e estilo.

Os tecidos se entrelaçam no minucioso trabalho de moulage, ela brinca com o jogo da malha com a seda, coloca transparências no lugar certo, insere couro de cobra píton e traduz o desejo de jovialidade de quem já não é mais tão jovem assim.

Fause Haten, que nesta edição suprimiu a coleção masculina, colocou várias tops já consagradas na passarela – entre elas Caroline Ribeiro, Luciana Curtis e Ana Cláudia Michels –, senhores cabides para vestidos lânguidos e limpos, de tons fortes como o roxo, o verde e o azul cobalto e tecidos como seda pura e cetim.

O olhar do criador está voltado para os costumes asiáticos do passado, de onde pinça o corte em formato quadrado, que cai no corpo e proprociona inúmeras possibilidades.

Haten elege a prata como o metal da estação e a aplica em barrados e nas forrações dos sapatos de saltos. Suas peças vão da simplicidade de um tomara-que-caia praticamente monocromático a um elaborado e luxuoso casaco com retalhos de seda esvoaçante.

Ainda no primeiro dia da São Paulo Fashion Week, desfilaram Fórum Tufi Duek – que marca a nova fase da grife –, Osklen e Alexandre Herchcovitch com sua coleção feminina.

Hoje é dia de Raia de Goeye, Patrícia Vieira, Ellus, Cori, Zoomp, Triton e, fechando a noite em grande estilo, Lino Villaventura.

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