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A suposta omissão da polícia, segundo integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), é que teria levado acampados de Paula Freitas, na região Sul do Paraná, a render agricultores de uma propriedade vizinha. Os sem-terra negam que tenham torturado cinco pessoas da família Estácio e mais dois empregados, no domingo. Dizem que apenas reagiram, depois de serem intimidados. Diversas queixas apresentadas na delegacia da cidade comprovam que os acampados reclamavam de ameaças e agressões. Também os agricultores registraram boletim de ocorrência contra os acampados. A situação foi comunicada à Secretaria de Segurança Pública (Sesp), no dia 22 de dezembro.

Para o assessor jurídico da Terra de Direito, entidade que presta auxílio a movimentos sociais, Vinícius de Oliveira, além de não tomar medidas diante do conflito eminente, mesmo com registro das queixas, a polícia também falhou no domingo. "A polícia deveria ter agido sim. Se sabia da situação, podia negociar com as partes uma convivência pacífica e ter evitado tudo isso". Segundo ele, os acampados usaram o direito de dar voz de prisão a pessoas armadas, que teriam sido detidas até a chegada da polícia. "Isso não é cárcere ou tortura", alega. Oliveira reclama também que os agricultores entregues à polícia, supostamente com cinco armas, não teriam ficado detidos em flagrante, como determina o estatuto do desarmamento. Os acampados argumentam ainda que Estácio explorava madeira nativa. Um relatório do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) confirma a atividade ilegal.

O delegado Jonas Eduardo Peixoto do Amaral diz ter aberto inquérito para investigar o caso. Ele confirma que várias reclamações foram registradas na delegacia, indicando o desentendimento, mas afirma que não havia nada que fosse possível fazer. Diz ainda que não manteve os agricultores presos porque sequer sabe se as armas realmente estavam com eles. A família Estácio e os acampados ocupam parte da Fazenda Gasparin, que pertence ao Banestado Leasing.

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