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Moradores de cidades banhadas pelo Rio Doce contabilizam o prejuízo com as enchentes: água invadiu ruas e residências | Nelson Antoine/Folhapress
Moradores de cidades banhadas pelo Rio Doce contabilizam o prejuízo com as enchentes: água invadiu ruas e residências| Foto: Nelson Antoine/Folhapress

Governo

Medida autoriza ações de prevenção sem aprovação prévia de projetos

A presidente Dilma Rousseff decidiu editar uma medida provisória (MP) para que estados e municípios façam obras e ações de prevenção a desastres naturais sem a aprovação prévia de projetos. A MP já poderá ser usada em ações no Espírito Santo e em Minas Gerais, estados que sofrem com as chuvas nos últimos dias. Dilma sobrevoou, na última terça-feira, as principais áreas atingidas pela enchente no Espírito Santo, onde quase 50 mil pessoas tiveram de deixar suas casas.

Os recursos de prevenção servem para obras de contenção de encostas, construção de barragens e obras de drenagem. Neste momento, porém, a prioridade é o dinheiro emergencial para socorro às vítimas.

Segundo auxiliares da presidente Dilma, o objetivo da MP é reduzir a burocracia que atrasa as obras. A ação, porém, cria nova brecha para o uso irregular dos recursos federais, uma vez que os projetos detalhados só serão aprovados depois que o dinheiro já estiver liberado. (O Globo)

As fortes chuvas que atingem o Espírito Santo e Minas Gerais continuam a fazer vítimas. Segundo a Defesa Civil capixaba, o número de mortes em decorrência de alagamentos e deslizamentos de terra subiu para 21. Em Minas já foram registrados 17 óbitos – ontem foi encontrado o corpo de um menino de 7 anos que estava desaparecido desde o dia 17 na cidade de Sardoá.

No Espírito Santo, as mortes ocorreram em Itaguaçu (oito), Colatina (seis), Baixo Guandu (quatro), Barra de São Francisco (uma), Domingos Martins (uma), e Nova Ve­nécia (uma). Também subiu para 50 o número de municípios altamente afetados pelas tempestades no estado.

Aos poucos, pessoas que estavam desalojadas começam a retornar para suas casas. De acordo com a Defesa Civil capixaba, o isolamento de algumas áreas, sem energia elétrica, acesso a água e comunicação, dificulta a contabilização dos feridos. Pelo menos 48.601 pessoas permanecem desalojadas, e, dessas, 4.565 estão em abrigos públicos, e o restante em casas de parentes ou amigos. "Estamos na fase do socorro. Na Região Norte [do estado capixaba], só conseguimos chegar com aeronaves", disse Carlos Marcelo D’Isep Costa, coordenador de Defesa Civil do Espírito Santo.

Sete helicópteros, dez caminhões do Exército e outros dois da Marinha, além de cerca de 600 homens do Corpo de Bombeiros e da Força Nacional, atuam no socorro às vítimas e na remoção dos corpos. Segundo Costa, cidades como Colatina e Baixo Guandu, por onde passa o Rio Doce – cujo volume de água chegou a dez metros acima do nível normal –, e Itaguaçu são os locais mais precários.

Em Itaguaçu, no Noroeste do estado, moradores pegaram comida suja de lama que foi jogada no lixo por um supermercado do bairro. Segundo eles, faltam água potável e alimentos. "Pequei trigo e sabão em pó. Está muito sujo, mas vou chegar em casa e lavar, ver o que fazer. Está faltando comida na minha casa", disse a aposentada Raimunda dos Santos à TV Gazeta.

Curitiba

Uma equipe da Secretaria de Saúde de Curitiba que integra a Força Nacional do SUS seguiu ontem ao Espírito Santo para auxiliar no resgate às vítimas das enchentes a pedido do Ministério da Saúde. Esta é a segunda vez que a capital paranaense envia profissionais para ajudar em situações de emergência nacional. Em janeiro, o mesmo grupo deu suporte no atendimento às vítimas do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS). A equipe destacada para Vitória (ES) é formada por uma médica, uma enfermeira e uma técnica de enfermagem, todas profissionais que atuam no Samu Curitiba.

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