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O mistério que cerca o desaparecimento da estudante paranaense Carla Vicentini, 23 anos, desafia aquela que é considerada a mais famosa e eficaz polícia do mundo, o FBI (a polícia federal dos Estados Unidos). Os agentes, por enquanto, não conseguiram repetir o bom desempenho já alcançado em casos semelhantes. "Falta uma pista quente que leve à solução do caso", opina o adido do FBI em Brasília, o agente Daniel Clegg, que acompanha o caso.

Atrás desta "pista quente" estão oito investigadores, seis da polícia de Newark, do estado americano de Nova Jersey –, onde Carla foi vista pela última vez e outros dois do FBI, responsáveis pelo caso. Porém, quando é necessário, até 14 agentes do FBI vão às ruas atrás de informações. Apesar dos esforços e da mobilização da polícia – normalmente, são designados quatro agentes –, os investigadores consideram o desaparecimento da estudante como de "difícil solução".

A dificuldade está na cronologia dos fatos que ocorreram antes e depois do desaparecimento da paranaense. Segundo o próprio FBI, mesmo passados 109 dias, ainda há buracos na investigação. Apesar da polícia não confirmar, por conta do rigoroso sigilo com que trabalha, há uma série de pendências que podem levar ao desfecho do caso.

Uma delas diz respeito ao casaco azul que a estudante vestia quando estava no clube Adega Lounge, na madrugada do desaparecimento. Esse mesmo casaco foi encontrado dentro do apartamento pelos agentes do FBI, o que sugere que Carla foi pega dentro de casa ou entrou, deixou o casaco e saiu novamente, sumindo em seguida.

Em virtude da proximidade do bar e da casa, a polícia não sabe precisar quantas vezes a estudante teria passado no apartamento. Num provável segundo retorno, ela poderia ter trocado novamente de roupa. A polícia já ouviu o empresário francês José Fernandes, que sublocou o apartamento para Carla, e não o considera como suspeito.

Outra possibilidade seria a de um envolvimento de Carla com alguém que ela teria conhecido no bar. Uma lei federal americana determina que bares em Newark fechem as portas às 3 horas da manhã. Por isso, muitos jovens costumam ir até Nova Iorque – cerca de 35 quilômetros da cidade – e Carla poderia ter encontrado essa pessoa depois que o Adega Lounge fechou.

A hipótese de que a estudante tinha sido pega por um desconhecido na rua não é descartada pelo FBI, até porque há registros de estupros ainda não resolvidos na cidade. A informação contradiz o porta-voz da polícia de Newark, detetive Hubert Henderson, que, por e-mail, disse que "nunca nada semelhante ocorreu nas imediações do Adega’s. A rua (Ferry) é uma das mais seguras de Newark", informa o policial.

O FBI não descarta a possibilidade de que Carla esteja viva e sendo mantida presa. Mas a cada dia que passa, as chances de encontrá-la com vida diminuem. De acordo com as estatísticas da polícia, em cerca de 95% dos casos de desaparecimento a pessoa é encontrada dois ou três dias depois.

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