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O desaparecimento do jornalista Anderson Leandro da Silva, de 38 anos, completa uma semana hoje, enquanto familiares e amigos aguardam apreensivos por qualquer notícia sobre o seu paradeiro. Entre os colegas mais íntimos, uma possível relação com seu engajamento antigo em lutas sociais aparece como a hipótese mais plausível para o desaparecimento. Ainda assim, ninguém consegue se lembrar de um episódio recente que motivasse represálias.

É comum ouvir Anderson ser descrito como uma "enciclopédia ambulante" sobre confrontos sociais no Paraná. Há pelo menos 15 anos, o jornalista usa sua câmera para registrar conflitos envolvendo movimentos populares dentro do estado. Essa determinação fez com que ele constituísse um acervo reconhecido como o maior do Paraná na área, motivo de orgulho para o jornalista.

O ativismo de Anderson surgiu na adolescência, motivado por um ambiente familiar em que a maioria dos 12 irmãos está engajada em movimentos sociais. Por este motivo, ele sempre demonstrou senso agudo para denunciar aquilo que vê como injustiças. "É impressionante. Dê um tema social a ele e o Anderson acha uma fita", diz a colega Fernanda Fernandes Baggio.

O grande modelo familiar veio do irmão, o padre Agenor Martins da Silva, quase 25 anos mais velho. Acompanhar a atuação de Agenor junto aos movimentos de base da Igreja Católica deu experiência ao jovem, que foi chamado pela ONG Cefuria para trabalhar em um de seus braços de atuação, a produtora Quem TV.

Há três anos, Anderson se formou jornalista e criou esta produtora independente. Anderson produziu vídeos para sindicatos de diversas categorias, como bancários, petroleiros e servidores do Judiciário. Seus últimos trabalhos envolviam roteiros sobre reciclagem, educação popular e feiras de economia solidária.

Personalidade

O irmão Antônio da Sil­­va, advogado ligado ao Mo­­vimento Negro, afirma que o tipo de trabalho de Anderson destoa de sua personalidade. Embora o jornalista adore registrar situações tensas, tem personalidade calma. "Para tirar o Anderson do sério, é preciso estar louco há uns três dias e pulando na frente dele. Vai ver que por essa serenidade é que é tão bom no que faz. Tudo o que ele quer são melhores condições de vida para o povo."

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