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O superintendente da Delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, na região metropolitana de Curitiba, foi preso em flagrante no fim da tarde de quinta-feira (24). Macir José Machado oferecia proteção a um comerciante da região em troca do pagamento de uma mesada de R$ 300, que deveria ser paga mensalmente todo dia 10, segundo as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) que resultaram na prisão.

O coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, explica que o comerciante procurou o órgão para comunicar a extorsão e que, logo em seguida, o superintendente foi fazer a cobrança. "Fomos procurados e, no momento do contato, imediatamente o policial já foi tentar receber", disse.

Até o momento, não há evidências de que outros policiais tenham participado do esquema de extorsão, segundo Batisti. Também não há relatos de outros comerciantes que tenham sido obrigados a pagar a mesada. A investigação do Gaeco continuará nos próximos dias. "Talvez com a prisão a gente receba outras comunicações", comentou o coordenador.

Machado está preso na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, em Curitiba, em uma divisão onde ficam os policiais detidos. Ao fim das investigações, o Gaeco vai oferecer a denúncia à Justiça para que o superintendente responda pelo crime de corrupção passiva (por receber o dinheiro).

A Polícia Civil, via assessoria de imprensa, informou que a ação "faz parte do trabalho de combate à corrupção que acontece dentro da própria instituição", porque membros da corporação participaram da operação do Gaeco.

Na Delegacia do Alto Maracanã, a informação é de que apenas o delegado Iacri Meneghel poderia conversar com a imprensa. Ele não atendeu às ligações durante toda a tarde. Na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, o delegado responsável não atendeu à reportagem.

Outro caso

Em 2009, 10 policiais da mesma delegacia foram presos por um esquema de cobrança de propina para liberar presos, em outra operação do Gaeco. O grupo foi acusado de concussão (extorsão cometida por servidor público), corrupção passiva e formação de quadrilha.

Traficantes que atuavam em Colombo seriam o alvo de extorsão. Os policiais detidos investigavam a venda de drogas na cidade e chegavam a fazer prisões. Enquanto o acusado era mantido ilegalmente na Delegacia do Alto Maracanã, policiais e advogados entravam em contato com a família ou com os líderes do tráfico exigindo valores entre R$ 2 mil e R$ 50 mil para libertá-los. Não há informações se os policiais continuam presos, segundo a Polícia Civil.

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