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Na delegacia de União da Vitória, Região Sul do estado, até o solário está sendo usado como cela. No total, a unidade, projetada para abrigar no máximo 16 pessoas, está com 74 presos. Diante da superlotação, a solução encontrada pela 4.ª Subdivisão (SDP) da Polícia Civil foi usar o solário como cela.

O local, originalmente destinado ao banho de sol e a caminhadas, foi coberto com telhas de fibra transparentes para evitar que chova sobre os presos. Um banheiro também foi improvisado com lona. Os detentos reclamam das condições, relatando que têm de fazer turnos para dormir, já que não cabem todos os colchões no chão da cela e que estariam há mais de um mês sem banho de sol.

De acordo com o delegado-chefe da 4.ª SDP, José Aparecido Jacovós, 25% dos presos na carceragem já estão condenados (a delegacia deveria abrigar somente quem ainda não foi julgado) e aguardam transferência para presídios ou colônias, mas o processo tem sido muito demorado. "A polícia faz seu papel ao investigar e prender. Esperamos que a Justiça faça a sua parte, julgando e encaminhando para cumprir pena", comenta.

Alguns presos já foram remanejados para outras cadeias da região – do contrário a situação estaria ainda pior. A delegacia de Porto Vitória recebeu 20 mulheres e a de Cruz Machado, 15 homens acusados de crimes sexuais. A cadeia de União da Vitória enfrentou este ano duas rebeliões (a última em julho, quando foram mantidos reféns os policiais responsáveis pelas celas).

Em nota oficial, o delegado Jacovós informa que o alto número de presos na delegacia é resultado de "ações fortes de combate à criminalidade" e que, em apenas uma operação contra o tráfico de drogas, 62 pessoas foram presas. Ainda de acordo com a nota, a Divisão de Infra-Estrutura da Polícia Civil elaborou um relatório com as necessidades da delegacia e já existe previsão orçamentária para a liberação de verbas para as reformas.

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