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Brasília – O procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, vai en-viar ao Supremo Tribunal Federal (STF), nos próximos dias, pedido de abertura formal de inquérito contra uma segunda leva de deputados suspeitos de envolvimento nas fraudes do esquema de venda de ambulâncias superfaturadas, desbaratado pela Polícia Federal (PF) com a Operação Sanguessuga. O novo pedido pode englobar 30 nomes, que se somarão aos 15 já sob investigação no STF desde o início do mês.

Em 31 de maio, a procuradoria pediu inquérito contra esses 15 deputados, cujos nomes aparecem nos registros contábeis que a PF apreendeu na Planam, empresa que fornecia para prefeituras as ambulâncias pagas com dinheiro de emendas apresentadas por parlamentares ao Orçamento da União. São casos em que o nome dos deputados está diretamente associados a repasses de dinheiro, em geral intermediados por assessores, e há fortes indícios de recebimento de propina em troca da apresentação de emendas.

A intenção do procurador-geral é pedir a quebra do sigilo fiscal e bancário dos parlamentares e intermediários do primeiro grupo de investigados, entre os quais estão os deputados Nílton Capixaba (PTB-RO), Pedro Henry (PP-MT) e João Caldas (PL-AL). O livro-caixa eletrônico da Planam registra supostos repasses de dinheiro para mais de 20 parlamentares e ex-parlamentares – em operações que somam mais de R$ 1,5 milhão somente entre 2001 e 2002.

Souza já concluiu extenso relatório que conjuga grampos telefônicos feitos pela PF e a documentação apreendida nos computadores das empresas do esquema. Há textos de ofícios atribuídos a parlamentares pedindo liberação de verbas a ministérios, arquivos com o acompanhamento passo a passo de emendas apresentadas por um grupo de pouco mais de 40 deputados, arquivos com nome, número de CPF e da conta corrente de deputados e assessores.

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