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O Hospital de Olhos de Jacarezinho teve o centro cirúrgico e a central de materiais interditados por 90 dias | Celso Felizardo
O Hospital de Olhos de Jacarezinho teve o centro cirúrgico e a central de materiais interditados por 90 dias| Foto: Celso Felizardo

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) interditou ontem o centro cirúrgico e a central de materiais do Hospital de Olhos de Jacare­zinho, no Norte Pioneiro, depois que nove pacientes que passaram por cirurgias de catarata apresentaram quadros graves de infecção ocular. As cirurgias, de acordo com a Sesa, foram realizadas através de um mutirão organizado pelo SUS no dia 18 de janeiro.

De acordo com a 19.ª Regional de Saúde de Jacarezinho, três pessoas teriam perdido uma das vistas, além de uma mulher de 77 anos que sofreu uma parada cardíaca após passar pelo mesmo tipo de cirurgia. Ela morreu on­­tem, na Santa Casa de Londrina. A suspeita é de que os quatro pacientes tenham sido vítimas da endoftalmite, uma infecção ocular grave.

O chefe da Regional de Saúde, Antônio Carlos Setti, disse que os casos de infecção foram descobertos depois que os pacientes com sintomas da doença procuraram centros de especialidade em Londrina e Curitiba. Segundo ele, o centro cirúrgico e a central de materiais ficarão interditados por 90 dias. Na inspeção de on­­tem, os técnicos da Sesa encontraram várias irregularidades no centro cirúrgico, entre elas um armário com equipamentos que facilitava a proliferação de bactérias.

Além disso, pacientes atendidos na clínica relataram que o médico oftalmologista Vítor Paulo Colmanetti não tomou os cuidados necessários nos procedimentos cirúrgicos. Segundo a agricultora Cleudinéia Sales, a cirurgia dela levou apenas cinco minutos e ela foi posta para fora do centro cirúrgico sem nenhuma proteção no olho. "Nem animal merece ser tratado como ele me tratou", disse.

De acordo com a direção da clínica, só no mês de janeiro foram realizadas mais de 200 cirurgias de catarata.

Fatalidade

O diretor e proprietário do Hos­pital de Olhos, José Haggi, disse que o que aconteceu em sua clínica foi uma fatalidade. "Nunca tivemos casos parecidos como esse. Infelizmente, estamos suscetíveis a isso. Vamos assumir nossas responsabilidades e auxiliar os órgãos de saúde para identificar o que ocorreu."

Haggi confirmou que todas os pacientes que apresentaram problemas foram atendidos por Vítor Colmanetti, mas ele disse não acreditar que o especialista seja o culpado pelo ocorrido. "Ele é um profissional experiente e muito competente, por isso não acredito que tenha ocorrido erro médico", argumenta.

A reportagem tentou falar com o médico Vítor Colmanetti, mas o Hospital de Olhos não forneceu os contatos dele.

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