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Uma ala do Hospital Universitário de Maringá (HUM) foi isolada por aproximadamente duas horas na tarde de ontem por suspeita de pessoas contaminadas por radiação após um acidente com um aparelho de raio-x em uma residência no Jardim Pinheiros II.

As portas da ala foram fechadas e ninguém pôde entrar ou sair. Porém, tudo ficou esclarecido no fim da tarde, quando o professor do departamento de Física da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Nilson Lopes, explicou que foi um alarme falso. "Descartamos toda e qualquer possibilidade de radiação", explicou. "Não há elemento radioativo e houve o isolamento por precaução".

As supostas vítimas se recusaram a falar com a imprensa. Segundo a diretora de Enfermagem, Inês Godói, uma mulher teria fechado uma clínica odontológica há cerca de três anos, guardou os equipamentos em um quarto de sua residência e estava tentando vendê-los. Uma pessoa de Mato Grosso demonstrou interesse e os equipamentos estavam sendo desmontados para a negociação, quando uma peça do aparelho de raio-x caiu. Estavam no local a mulher, o marido, o filho menor de idade e um homem que transportaria o material.

Os adultos teriam apresentado coceira e suspeitas de queimaduras no corpo e, com receio do vazamento de alguma substância pela queda do tubo, o Corpo de Bombeiros foi chamado. O Capitão Corsetti informou que uma área de 50 metros ao redor da casa foi isolada por volta das 14 horas. Havia suspeita de contaminação por chumbo e césio. As supostas vítimas foram encaminhadas ao hospital por volta das 15h30, onde permaneceram por duas horas até receber alta.

O professor Lopes é o responsável técnico do Serviço de Radiologia da UEM, e criticou a desmontagem dos aparelhos por conta própria – o que deve ser feito por um técnico especializado. "Eles não obedeceram às normas e isso é arriscado", comentou.

O tubo do raio-x foi levado para o Departamento de Odontologia e examinado por técnicos de manutenção, que confirmaram a integridade da peça. Além disso, Lopes esclareceu que o tubo avaliado não contém radiação, mas sim um óleo de refrigeração. Ele citou ainda que as irritações na pele das vítimas poderiam ser causadas pelo suposto contato com algum produto químico usado na revelação das chapas de raio-x. Porém, a dona do equipamento teria garantido à chefia de enfermagem que não guarda nenhum produto do gênero na casa.

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