Suspeita de ebola seria só uma pedra na vesícula

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O comerciante de 23 anos que chegou a ser considerado suspeito de portar o vírus ebola será submetido a exames médicos em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná. No início da noite de ontem ele ainda estava internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) João Samek, no bairro Três Bandeiras, onde deu entrada durante a madrugada com febre, náuseas e icterícia.

O secretário municipal de Saúde, Charles Bortolo, diz que a transferência do paciente para o Hospital Municipal dependia de liberação de vaga. Uma das suspeitas é de que ele possa estar com pedra na vesícula. Exames laboratoriais e de imagens seriam feitos para chegar a um diagnóstico preciso.

Bortolo explica que o caso suspeito foi descartado porque o passaporte do paciente comprova que ele não passou por países africanos, como teria relatado, e está no Brasil há 24 dias. O período de incubação do vírus é de 21 dias. "Ele chegou aqui com muita febre e, talvez em um estado de lucidez não tão bom, acabou relatando que veio da África ", diz.

No passaporte consta que o comerciante passou pela China, Dubai, Líbano e Itália. A validade do documento foi comprovada pela Polícia Federal e funcionários da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Viagem à China

O comerciante de origem libanesa deu entrada na unidade por volta das 4 horas de ontem, após chegar em Foz do Iguaçu em um voo. Ele teria tentado atendimento médico em São Paulo, mas não conseguiu. O jovem mora em Foz do Iguaçu e viajou a trabalho para a China.

Ao chegar à UPA, as atendentes entenderam que ele teria passado por Serra Leoa, segundo país com maior número de casos da doença, fato que levou os profissionais de saúde a acionar o protocolo de suspeita de ebola. A UPA foi isolada por volta das 9 horas e seria reaberta às 19 h. Policiais militares e guardas municipais foram acionados para impedir a passagem de moradores no período de isolamento.