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Grupo de estudantes cuida das codornas criadas dentro da instituição: certificação atesta educação ambiental de qualidade | Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
Grupo de estudantes cuida das codornas criadas dentro da instituição: certificação atesta educação ambiental de qualidade| Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo

O que fazer

Confira as condições prévias para uma escola aderir ao programa:

Consentimento

Concordância da adesão ao Programa por parte da direção da escola.

Coordenação

O professor (a) coordenador (a) do projeto tem de ser efetivo na escola, tendo carga horária integral na mesma.

Envolvimento

Manifestação, por parte da escola, da vontade de envolver os alunos nos processos de decisão e na implementação do programa.

Desempenho

Manifestação da vontade da escola em melhorar o seu desempenho ambiental.

Parceiros

Declaração do interesse do município/estado em colaborar com a escola na implementação do programa através de parceria oficializada.

Comprometimento

A escola tem de se comprometer a realizar as atividades propostas.

Relatório

A escola deve se comprometer a entregar um relatório de suas atividades ao final de cada ano letivo como requisito para obtenção da Bandeira Verde.

O entusiasmo no refeitório da educação infantil é tão grande que nem parece que os pequenos vão comer sopa de legumes. No andar de cima, a empolgação dos meninos e meninas de 7 anos, da Turma União, é com a catalogação de minicactos e de insetos recolhidos pelo próprio grupo. Na sala em frente, a Turma Respon­­­sabilidade, com crianças de 5 anos, usa as mãos para pintar um painel de meio ambiente com tinta guache.Embalagens plásticas e sucatas são reutilizadas pelos alunos para fazer brinquedos na sala de Artes. Também é lá que alguns estudantes trabalham na confecção de um tapete de jornal para a Biblio­­­teca Verde, onde boa parte dos objetos de decoração feitos pelas crianças é de garrafas PET. Do lado de fora da escola, as garrafas, transformadas pelas crianças, viram vasos de flores que são pendurados nas árvores. As mudas são doadas pela prefeitura em troca do lixo reciclável trazido de casa pelos alunos.Ainda na parte externa, outro grupo de estudantes cuida das codornas criadas dentro da instituição. E semanalmente, as turmas se revezam na fiscalização para evitar o desperdício de energia elétrica e de alimentos dentro do colégio. O controle é feito através de anotações nas tabelas pregadas nas paredes.

A rotina da Escola da Colina, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, pretende assegurar aos alunos uma visão consciente do mundo em que querem viver. A pedagogia garantiu que o colégio paranaense fosse a primeira instituição de ensino básico do Brasil a receber a Bandeira Verde concedida pela organização internacional Fun­­­­dação para a Educação Ambiental (Foundation for Environmental Education – FEE), através do programa Eco-Escolas. A proposta, que conta com o apoio da Comis­­­são Europeia e, no Brasil, é coordenada desde 2008 pelo Instituto Ambiental Ratones, com sede em Florianópolis (SC), atinge atualmente 30 mil escolas em 50 países diferentes.

A Bandeira Verde, que foi hasteada nesta semana em frente da escola, funciona como uma certificação de que a instituição possui uma Educação Ambiental coerente e de qualidade. O Eco-Escolas é um programa voltado para a Educação Ambiental e Cidadania que visa, desde o início da década de 1990, encorajar ações e reconhecer o trabalho desenvolvido por escolas em benefício do ambiente. A proposta é que as instituições apliquem a educação e gestão ambiental em seu cotidiano. Os estudantes são desafiados a participar dos processos de decisão e a tomarem consciência da importância do ambiente no dia a dia de sua vida pessoal, familiar e comunitária.

Outro objetivo do programa é estimular a criação de parcerias locais com organizações não governamentais e até poder público. Sua proposta consiste na adoção de uma metodologia de trabalho que, articulando atividades de exploração de diversos temas, contribua para melhorar globalmente o ambiente da escola e da comunidade que ela está inserida. Cada escola passa a pertencer a uma "rede", o que estimula o estabelecimento de laços entre as Eco-Escolas, traduzindo-se na multiplicação de iniciativas, onde são partilhadas experiências e atividades.

A concepção pedagógica voltada para a sustentabilidade fez a diferença na hora de a zootecnista Paula Caron, 32 anos, escolher a escola do seu filho Paulo Fernando Caron Neto, 5 anos. "Aqui eles são conscientizados através de uma formação humana e social. Eu já peguei meu filho chamando a atenção de uma pessoa que jogou papel na rua", conta. Para a coordenadora do projeto que garantiu a Bandeira Verde à escola, Simone Zanardini, as mediações das informações que chegam às crianças devem ser qualitativas, para provocar condições para que os alunos criem conscientemente uma visão de futuro e de mundo que desejam viver.

Mais colégios querem bandeira

Além da Escola da Colina, no Paraná, outras 14 escolas municipais de ensino básico de Floria­­­­nópolis (SC) estão tentando obter a Bandeira Verde no Brasil. Mas, segundo a consultora do Ins­­­tituto Ambiental Ratones, Ma­­­ria­­­na Me­­­­deiros Thibes, colégios de todo o país podem aderir ao projeto.

Para a coordenadora da instituição de São José dos Pinhais, Simone Zanardi, as escolas poderão encontrar dificuldades para adaptar o projeto pedagógico original à proposta de educação am­­­­biental sugerida no Eco-Escolas. "O processo para aprovação de mudança curricular no MEC é bastante burocrático e quem já tem uma proposta voltada para as questões ambientais terá mais facilidade", considera.

As 32 escolas municipais de Curitiba interessadas em aderir ao programa para concorrer a certificação apostam nisso. A educação ambiental faz parte do projeto pedagógico das instituições do município.

Em março deste ano, 115 mil alunos das 179 escolas municipais participaram da 5.ª Mini­­­­confe­­­­rên­­­­­cia sobre Biodiver­sidade da Rede Municipal de Ensino. A principal ação foi a elaboração de uma carta compromisso com diretrizes e metas assumidas pelos estudantes para a área do meio ambiente e a preservação da vida. O tema do en­­­­contro anual girou em torno das mudanças climáticas. No documento, as crianças consideravam que o grande desafio em relação ao meio ambiente é o planejamento de ações compensatórias. "Deve­­­mos entender que pequenos atos, como reciclar, reduzir e reutilizar bens de consumo podem fazer a di­­­­­ferença na conservação e na despoluição da água, do ar e do solo, trazendo benefícios significativos para o clima do planeta", afirmaram.

Serviço:

Para mais informações sobre o programa Eco-Escolas consulte o site do Instituto Ambiental Ratones, responsável pelo projeto no Brasil: http://iarbrasil.org.

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