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A partir de novembro, 105 procedimentos cardiovasculares que constam na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) terão valores reajustados entre 4% e 227%. A medida, anunciada ontem pelo Ministério da Saúde, abrange honorários de profissionais e serviços hospitalares, inclusive em casos de alta complexidade ou custo. O último reajuste nesses serviços, concedido em 2008, foi de 30%, em média.

Segundo o secretário de Atenção à Saúde do ministério, Alberto Beltrame, que fez o anúncio durante o 65.º Congresso Brasileiro de Cardiologia, em Belo Horizonte (MG), os reajustes permitirão "uma valorização maior do trabalho médico". Ele exemplifica com o valor pago pelo governo por uma cirurgia de ponte de safena, que atualmente é de R$ 1,3 mil, e passará para R$ 3,8 mil. "[O reajuste] facilita também a fixação dos profissionais nos hospitais, inclusive no interior", avalia.

Beltrame afirma que os novos valores representarão acréscimo anual de R$ 98,9 milhões nos gastos da pasta com procedimentos cardiovasculares. Em 2009, o governo federal gastou R$ 645,7 milhões com esses tipos de procedimentos na rede pública e a estimativa é de que em 2011 os investimentos cheguem a R$ 743,6 milhões. Parte dos reajustes é para procedimentos cardiovasculares pediátricos, que têm "demanda reprimida muito grande", conforme Beltrame. Além dos honorários, haverá aumento médio de 20% para os serviços hospitalares nesses casos.

O secretário afirmou que a portaria com os aumentos também prevê um "extra-teto", que serão recursos repassados aos estados e municípios para o pagamento de procedimentos além do limite atual. "Se um hospital faz 30 cirurgias por mês, a 31.ª, 32.ª e daí em diante serão feitas com o extra-teto. Mais crianças serão atendidas por mês e vamos reduzir a espera", informa.

Os valores foram negociados com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV) e ontem a assembleia da categoria aprovou os reajustes. Além disso, a entidade também recomendou a adoção da tabela e o fim de negociações paralelas entre profissionais e governos estaduais, que complementam honorários por determinados serviços. Esse tipo de negociação ocorre, por exemplo, no Rio de Janeiro, Bahia, Goiás e outros. "Os recursos estaduais poderão ser investidos em outras atividades de saúde, na ampliação da oferta de serviços e até mesmo em outras cirurgias cardíacas", observa.

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