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A comerciante Glória Leitão Simões plantou a primeira semente da Rua Teffé há 22 anos, tal como a gralha-azul que, ao espalhar o pinhão na terra, garante o surgimento de novas araucárias. Em 1984, ela inaugurou, quase na esquina com a Rua Emílio de Menezes, a Caé Comércio de Calçados. A razão social foi inspirada no nome científico da ave símbolo do Paraná: Cianocorax caeruleus.

A semente não demorou a se multiplicar e alguns anos depois outras lojas surgiram. Em 1989, Glória firmou sociedade com a irmã Ana e mudou o nome do comércio para Gloriana Calçados, que permanece até hoje no número 426. "A gente trabalhava só com ponta de estoque e preços baixos. Movimentávamos mais essa rua do que hoje com 20 lojas", diz Glória, orgulhosa do pontapé inicial que tornou a Teffé conhecida como a rua que vende calçados em Curitiba. Hoje, ela tem três lojas na região.

Com um senso crítico apurado, a comerciante espera que o projeto de tornar a via um ponto turístico realmente saia do papel e não fique só na promessa. "Há uns oito anos juntamos alguns lojistas e pagamos um arquiteto para fazer um projeto de paisagismo para a rua. Depois levamos na prefeitura, mas eles não aprovaram porque já havia o projeto de fazer da Teffé uma via rápida", diz. Glória também tentou ampliar o espaço físico da loja para quase 180 m2, mas não conseguiu autorização na Secretaria de Urbanismo.

Impedida de crescer, a Teffé ainda passou a enfrentar muita concorrência. "Quando isso aqui surgiu, quase não havia lojas de sapatos. Anos atrás, uma pesquisa mostrou que a cidade que mais tem lojas de calçados é Curitiba. Só no anel central são mais ou menos 264. E ainda tem os shoppings", afirma. Nos bons tempos, segundo Glória, as lojas da Teffé vendiam em média 700 pares de sapato por dia. "Hoje, quando vendemos 150, a gente já fica faceiro. Com a concorrência, a rua perdeu um pouco o seu sentido, mas não o charme. Acho que só precisa ser melhor divulgada", conclui. (SLD)

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