As 15 primeiras cartas são de quando Plínio ainda era cônsul, as outras são de seu governo em Bitínia. E se por um lado é possível perceber como a política era feita por meio das cartas, por outro percebe-se quais eram as prioridades de governo na época.
O império romano foi um dos locais de maior tolerância religiosa. "Em uma carta Plínio escreve a Trajano dizendo que estava preocupado com o grupo de pessoas que andava invocando o nome de Cristo e fazia cultos estranhos. Trajano responde que não era para fazer nada, porque eles não estavam interrompendo a política", conta Stadler. Os cristãos, durante o império de Trajano, nunca foram perseguidos.
Trajano foi também o responsável pela maior expansão territorial de Roma, conquistou dois povos inimigos (partos e dácios) de maneira que poucos imperadores foram capazes.
Com Plínio, resolveu alguns problemas de banheiros públicos que estavam caóticos, se preocupou com o saneamento básico, com a construção de teatros e solucionou problemas com escravos.
Plínio chegou a pedir para que a região da Bitínia tivesse um Corpo de Bombeiros porque a população andava apavorada com o fogo, pois tinham poucos baldes à disposição.
Como as cartas poderiam demorar cerca de quatro meses para chegar, muitas das questões tratadas no papel eram resolvidas antes mesmo que o imperador respondesse.
As trocas de gentilezas, porém, continuavam.
Divindades
Os imperadores eram vistos como divindades somente depois da morte. Havia um local em Roma onde eram levantadas estátuas em homenagem aos imperadores mortos. Plínio chega a pedir a construção de uma dessas estátuas para Trajano, ainda em vida, como um símbolo de poder e adoração. Apesar de Trajano não ter gostado, respondeu em uma das cartas que essa estátua deveria ser usada para que ele fosse adorado como um pai e não como um deus.
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