• Carregando...

Passados três anos da substituição dos vales-transporte metálicos pelo cartão do usuário como forma de pagamento do transporte coletivo de Curitiba, e mesmo dispondo da tecnologia para implantar o sistema multitarifário – que permitiria ao passageiro pagar valores diversos em diferentes dias de semana ou mesmo em horários distintos ao longo do dia –, a Urbs, empresa que gerencia o transporte coletivo na capital, ainda depende da Câmara Municipal para adotar o novo modelo.

O cartão multitarifário só poderá entrar em vigor depois que a Câmara aprovar a Nova Lei Geral do Transporte Coletivo. Uma vez aprovada no legislativo municipal, a Urbs poderia especificar no edital para o transporte público que as empresas operadoras teriam de se adaptar ao novo sistema de utilização do cartão. Entre os vereadores, a previsão é que a matéria seja votada até o fim do ano.

A Urbs, porém, adota um tom cauteloso ao comentar a mudança. A empresa diz que, apesar de já ter condições de operar com o cartão multitarifário, a mudança dependeria de uma série de estudos técnicos e que, apesar da palavra final ser do prefeito Beto Richa, nenhuma alteração seria feita de forma unilateral, sem diálogo com a sociedade.

Mas a medida é vista com simpatia por técnicos da própria Urbs e tem o respaldo do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) e do Sindicato dos Motoristas e Cobradores nas Empresas de Transporte de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc).

Além disso, os estudos para a implementação da tarifa diferenciada surgiram exatamente como sugestão da Comissão de Estudos Tarifários, que em junho do ano passado reuniu representantes da prefeitura, do Ministério Público, de sindicatos e da Associação dos Usuários do Transporte de Curitiba.

A medida sugerida pela comissão já é adotada em diversas cidades brasileiras e é vista como uma forma de incentivar o uso do transporte público, com pagamento no cartão em horários "fora do pico".

"Entre 18h e 20h30, quando é maior o nosso movimento, teríamos um preço. Depois disso outro valor, mais barato", explica Ricardo Smijtink, diretor administrativo e financeiro da Urbs. Segundo ele, o sistema poderia ser implementado hoje, se for o caso. "A tecnologia do cartão permite isso."

Para o presidente do Setransp, Rodrigo Corleto Hoelzl, a adoção do cartão multitarifário é fundamental para a melhoria do sistema. "Defendemos não só a adoção de tarifas diferentes por horário, mas a tarifa diferencial por serviço: canaleta, ligeirinho", explica.

"Qualquer medida que incentive o uso do cartão e diminua o pagamento em dinheiro é bem vista por nós, até por uma questão de segurança. Quanto menos dinheiro no caixa, melhor para o cobrador", ressalta o presidente do Sindimoc, Denílson Pires.

"Domingueira"

O novo modelo também acabaria com uma das maiores reclamações dos usuários – a impossibilidade de se descontar o valor da tarifa dominical (R$ 1) no cartão do usuário. Para desfrutar do desconto, o passageiro hoje precisa fazer o pagamento em dinheiro, pois se passar o cartão o valor continuará sendo R$ 1,80.

Enquete

Você concorda com a cobrança de tarifas diferenciadas conforme o horário e o tipo de serviço oferecido?

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]