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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

As tarifas que serão cobradas pela espanhola OHL Brasil, que arrematou os três lotes de rodovias federais que cortam o Paraná, serão bem mais baixas do que as praticadas hoje pelas concessionárias que já atuam nas estradas privatizadas no estado.

Reportagem da edição desta quarta-feira da Gazeta do Povo mostra que o pedágio cobrado pela empresa entre Curitiba e São Paulo pela Régis Bittencourt (BR-116) – uma distância de 400 quilômetros com seis praças de cobrança – será de R$ 8,20 para carros de passeio contra os R$ 10,90 praticado pela Ecovia no trecho entre Curitiba e Paranaguá, em um percurso de 100 quilômetros e com uma única praça. A tarifa cobrada entre Curitiba e Florianópolis, por sua vez, será menos da metade do que a cobrada até o litoral paranaense: R$ 5,10 em um total de cinco praças.

"Para percorrer uma distância mais de três vezes maior, o motorista vai pagar a metade do que gastaria indo ao Litoral do Paraná. Mesmo guardando as devidas proporções entre os empreendimentos, é uma diferença enorme que expõe os altos ganhos que as concessionárias instaladas no estado vêm tendo", critica o secretário de Transportes do Paraná, Rogério Tizzot.

Essa diferença abre um precedente econômico para se revisar as tarifas cobradas hoje pelas concessionárias de rodovias no estado, segundo Gilmar Macohin, professor de comércio exterior no UnicenP. De acordo com ele, o Paraná já possui um pedágio por quilômetro rodado mais caro do que outros estados, como São Paulo, em função das fórmulas de reajuste previstas no edital que alavancaram o valor da tarifa. "Com o novo leilão, há espaço para redução das tarifas cobradas pelas atuais concessionárias no estado na forma de recomposição de custos e de reavaliação das obras", afirma.

Para Fernando Klein, presidente do Sindicato das Transportadoras de Cargas do Paraná (Setecepar), a distorção vai afetar de maneira significativa o setor cargas. "É uma situação fora do padrão. Quem transporta produtos de baixo valor agregado, como commodities, até o porto paranaense, por exemplo, vai pagar mais pedágio do que aquele que leva industrializados pela BR-116 para São Paulo", compara.

João Chiminazzo Neto, presidente da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR) no Paraná, não vê problemas na diferença das tarifas e alega que é equivocada a comparação. "É preciso levar em consideração que há dez anos havia inflação, os juros estavam nas alturas e o risco Brasil era elevado. Era natural que a taxa de retorno prevista no edital tivesse que ser maior para atrair investidores. É um cenário muito diferente de hoje", defende. Chiminazzo Neto argumenta ainda que por causa das brigas com o governador Roberto Requião (PMDB), as empresas do setor demoraram para obter retorno sobre o investimento. "Mas sempre estivemos abertos a negociar", diz.

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