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O taxista que entregou os bombons prestou depoimento no fim da tarde desta quinta-feira, mas saiu sem falar com a imprensa | Heliberton Cesca / Gazeta do Povo
O taxista que entregou os bombons prestou depoimento no fim da tarde desta quinta-feira, mas saiu sem falar com a imprensa| Foto: Heliberton Cesca / Gazeta do Povo

Estado de saúde

O adolescente de 17 anos, um dos quatro contaminado pelos bombons envenenados, recebeu alta nesta quinta-feira à tarde do Hospital de Clínicas (HC). Ele é o segundo a voltar para casa depois do episódio, na última segunda-feira (12). Um menino de 13 anos já havia sido liberado pelas equipes médicas no fim da tarde de terça-feira (13). Ele estava internado, em observação, no Centro de Urgências Médicas do Pinheirinho.

Com isso, duas meninas seguem internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HC. A menina de 14 anos continua em estado grave. Segundo o Boletim Médico divulgado no fim da tarde desta quinta, ela segue estável e ainda precisa de oxigênio. Ele foi a mais prejudicada porque comeu mais brigadeiros, dois ao todo. Ela chegou a sofrer uma parada cardíaca na segunda.

Outra adolescente, de 16 anos, está consciente e já respira sozinha, sem ajuda de aparelhos. O quadro dela é estável, segundo o Boletim Médico.

O taxista responsável pela entrega da caixa com oito brigadeiros, que contaminaram quatro adolescentes em Curitiba no início desta semana, prestou depoimento no fim da tarde desta quinta-feira (15) na Delegacia de Homicídios (DH). As informações prestadas por ele mudaram o rumo da investigação do caso.

Segundo o homem que não teve o nome divulgado, uma mulher elegante, bem vestida o procurou próximo ao Shopping Pinheirinho e pediu para entregar a caixa com os bombons na casa da adolescente de 14 anos, no Jardim Futurama, no bairro Umbará.

Ela teria conversado com o taxista no ponto de táxi em frente ao shopping, na Avenida Winston Churchill, próximo ao cruzamento com a Rua Alberto Kosop, no Capão Raso. O homem disse que essa mulher pagou adiantado a corrida de R$ 16. Ele saiu da delegacia sem falar com a imprensa.

O delegado titular da DH, Rubens Recalcatti, disse que o taxista afirmou que saberia reconhecer a mulher se a visse novamente. "Agora vamos partir para identificar essa mulher", falou. Segundo ele, o depoimento muda a linha de investigação realizada até agora, que considerava a hipótese da motivação do envenenamento ser um desentendimento entre adolescentes. "Pode até ser que ela (a mulher) tenha a ver (com a discórdia), mas o local (do pedido da corrida) e perfil dela são diferentes", informou.

Na última segunda-feira (12), o taxista entregou uma caixa decorada com oito brigadeiros dentro e um bilhete para a adolescente de 14 anos. No papel, pede-se para a adolescente provar os doces, já que ela está organizando a festa de 15 anos dela. A menina acaba repartindo os bombons com os amigos que estavam na casa dela, um garoto de 17 anos, uma menina de 16 e outro rapaz de 13 anos. Todos passaram mal e precisaram de socorro médico.

Encontrado cabelo no brigadeiro

Um fio de cabelo pode ajudar a identificar o autor do envenenamento. Na perícia realizada pelo Instituto de Criminalística (IC) nos quatro doces que sobraram foi achado um cabelo em meio a massa de um dos bombons. A Polícia Civil já havia informado na quarta-feira (14) que acreditava ser "chumbinho" o veneno utilizado, já que pela característica do produto achado é semelhante ao raticida ilegal utilizado clandestinamente no Brasil e fabricado a partir de agrotóxicos.

Porém, a certeza sobre o tipo do veneno só sairá com o laudo oficial, previsto para ficar pronto na semana que vem. O "chumbinho" não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Adolescentes suspeitos

Pela manhã, cinco adolescentes estiveram na DH para prestar depoimento à polícia. Ele são suspeitos de terem tido desentendimentos com a adolescente de 14 anos, que recebeu os bombons em casa, supostamente para ela provar já que estaria organizando uma festa de 15 anos nos próximos dias. "São colegas de escola e colegas do bairro", explicou Recalcatti.

Todos negaram qualquer participação no episódio, mas eles foram submetidos a exames grafotécnicos e foi colhido material genético de cada um deles no Instituto de Criminalística (IC). A Polícia Civil pretende comparar a letra da grafia dos adolescentes com o bilhete enviado junto com os brigadeiros. E o material genético é para revelar uma possível compatibilidade com o cabelo encontrado em um dos brigadeiros.

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