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Interceptações telefônicas e até teste de reconhecimento de voz foram algumas das tecnologias utilizadas pela Polícia Federal (PF) para prender, durante a Operação Farrapos, o traficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía. A informação foi repassada, ontem, pelo delegado da PF de São Paulo responsável pela operação, Fernando Desdito Francischini, a promotores, procuradores de Justiça e servidores do Ministério Público (MP) do Paraná.

A palestra foi proferida no primeiro dia do Encontro de Trabalho sobre a Tecnologia da Informação Aplicada às Ações Institucionais, coordenado pelo Núcleo de Pesquisa e Informação (NPI), do MP. Instalado há cerca de seis meses, o NPI procura estruturar bases de dados sobre organizações criminosas para facilitar um planejamento estratégico das ações de investigação do MP. Atualmente, o órgão já utiliza programas de inteligência artificial responsáveis por cruzamento de dados.

Segundo o coordenador do núcleo, o promotor de Justiça Paulo José Kessler, além de informar sobre as tecnologias disponíveis, o evento procura estabelecer parcerias entre os núcleos de inteligência do MP do Paraná, de São Paulo, do Mato Grosso do Sul, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Na programação, estão agendadas reuniões entre representantes dos núcleos e entre promotores dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos) do estado. "O objetivo é manter uma comunicação entre os órgãos em suas ações e montar uma base de dados padronizada, para que as informações possam ser cruzadas", explicou o coordenador do NIP.

A intenção do MP é aparelhar o órgão para fazer frente ao crime organizado, que tem se modernizado e possui feição empresarial. Por isso, para Kessler, as ações de combate devem tentar alcançar o braço econômico das organizações criminosas. "Desmontar apenas a parte física da organização não adianta. Em pouco tempo, ela se reorganiza", justificou. Parcerias com outros estados e países também são importantes, principalmente no combate à lavagem de dinheiro. "As organizações criminosas levantam capital em um determinado lugar, mandam para o exterior ou para outro estado e lavam dinheiro, para torná-lo lícito", contou o promotor.

O evento prossegue hoje, mas sem o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, que cancelou sua participação.

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