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Apucarana – Para o promotor da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Apucarana, Gustavo Marcel Fernandes Marinho, a situação de adolescentes encarcerados em celas destinadas a adultos é lamentável. "Infelizmente, esse é um período jogado fora na vida destes adolescentes", avalia Marinho. Segundo o promotor, "eles ficam ociosos e, em grupo, sofrem influências negativas de todo tipo".

Em Apucarana, dez adolescentes, com idades que variam de 14 a 17 anos, estão presos em celas no prédio da 17.ª Subdivisão Policial. A ala é reservada apenas para menores de idade do sexo masculino. Cada uma das três celas existentes tem nove metros quadrados de área, grades na porta de acesso e quatro camas pré-moldadas em concreto.

"O lugar tem pouca ventilação e, dependendo do período de permanência, favorece doenças de pele e outras moléstias", diz o promotor Gustavo Marinho. Ele assinala ainda que os adolescentes saem para tomar sol apenas uma vez por semana, por falta de local apropriado e ainda pela carência de pessoal para vigiá-los.

Conforme explica o representante do Ministério Público, toda vez que um adolescente é apreendido, imediatamente o juiz da Vara da Infância é oficiado para solicitar vaga à Secretaria de Estado da Criança e Juventude.

De acordo com o setor de assistência social da Promotoria de Justiça, dos dez adolescentes que estão detidos, dois cumprem penas socioeducativas por latrocínio. Eles assassinaram com 12 facadas o professor e chefe do Núcleo Regional e Educação, Roberto de Oliveira Santos, 55 anos, em março deste ano. Um outro adolescente cometeu um homicídio e outros sete estão envolvidos com roubo à mão armada, furtos e tráfico.

Vergonha

A mãe de um dos adolescentes apreendidos, Magda Arruda, se mostra revoltada com a situação de seu filho e de outros adolescentes. "Isso é uma vergonha, porque a Justiça já condenou eles, então deveriam estar cumprindo sua pena num local adequado", critica Magda.

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