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São Paulo - As chuvas de verão mataram, até agora, dez paulistanos – oito por causa de deslizamentos. Essas vítimas moravam em regiões consideradas áreas de risco pela Defesa Civil Estadual. No entanto, muitos locais que apresentam perigo de desabamento ainda são desconhecidos – o governo municipal aguarda a finalização, pelo Instituto de Pesquisas Tecno­lógicas (IPT), da atualização do mapa das áreas de risco. O último estudo foi feito há 10 anos.

Em São Mateus, o tapeceiro Edvaldo José dos Santos, de 50 anos, assiste de sua janela o barranco vizinho ao seu imóvel desmanchar com a água das chuvas. "Liguei para a Defesa Civil e eles vieram há uns dois meses ver a situação. Eles nos falaram que mandariam um geólogo para avaliar o terreno e o solo do local. Mas até agora ninguém apareceu."

No endereço de Santos, a lista do demonstrativo de execução orçamentária da prefeitura prevê obras de contenção de encosta ainda neste ano – intervenção esperada com ansiedade. "Só de olho dá para notar que nos últimos dias a vegetação ‘afundou’ no barranco com a força da água."

Próximo à residência de Santos, a doméstica Lúcia Maria dos San­tos, de 56 anos, já não espera mais por ações do governo municipal. No Jardim São Francisco, o barranco vizinho desmoronou e destruiu parte do imóvel. "Disseram para deixar a casa imediatamente. Es­­tou na casa de vizinhos porque não tenho para onde ir", conta.

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) negou ontem que tenha congelado R$ 19,6 milhões do orçamento destinado às subprefeituras para intervenções em áreas de risco. Ele diz que as verbas fo­­ram centralizadas nas secretarias de Coordenação das Subpre­fei­turas e Habitação "para o melhor uso do recurso". "O recurso é de todos da cidade e deve ser priorizado onde há mais necessidade." Segundo Kassab, já foram gastos quase R$ 6 milhões para intervenções em áreas de risco. Ele negou a possibilidade de a medida dificultar a liberação dos recursos durante emergências.

Desaparecidos

No interior, as chuvas também têm sido fortes. O Corpo de Bom­beiros de Sorocaba mantinha ontem as buscas dos corpos de dois ho­­mens que teriam sido vítimas do temporal que caiu na região no início da noite de terça-feira.

Em São Roque, também no interior, as buscas se concentravam no córrego Araçari, onde um homem que sofre de deficiência mental teria caído. Em Atibaia, há 64 km da capital, já são mais de 900 famílias atingidas por causa da cheia nos bairros.

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