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Árvore cai sobre telhado de escola no Pinheirinho

Alunos e professores do Colégio Estadual João Loyola, no bairro Pinheirinho, levaram um susto ao chegar para as aulas na manhã de ontem, em Curitiba. Uma araucária de cerca de 15 metros de altura havia caído sobre a cobertura do saguão da escola em decorrência dos fortes ventos da noite anterior. Por sorte era fim de semana e não havia ninguém no colégio.

A queda afetou a rede hidráulica e elétrica do prédio. A árvore caiu sobre uma área onde no ano passado funcionavam duas salas de aula de madeira. As salas já haviam sido desativadas e desmanchadas por conta da estrutura danificada. "Algumas vezes tivemos que remover os alunos em dia de temporal. Além das goteiras, balançava toda a estrutura", conta o diretor João Guilherme Martins.

Segundo ele, a escola já estava preocupada com o risco que a árvore representava. "Já havíamos aberto solicitação junto a ouvidoria do Estado para a retirada, mas ninguém veio fazer a vistoria", conta. A ouvidoria informou que recebeu o pedido do diretor no dia 25 de janeiro e encaminhou para a ouvidoria da Secretaria de Estado da Educação, que seria responsável por analisar o pedido. Procurada pela reportagem, a secretaria não conseguiu confirmar a informação. Além da araucária que tombou, existem no terreno uma outra araucária e um pínus.

Na tarde de ontem, técnicos da Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop) estiveram no local para fazer um levantamento dos danos. De acordo com o diretor regional da Seop, Ruy Sérgio Polatti, os trabalhos de reforma devem começar ainda hoje e a previsão para conclusão é de 15 dias. A obra deverá custar cerca de R$ 20 mil. A reforma não deve interromper as aulas dos cerca de 1,6 mil alunos que estudam no colégio.

A chuva tornou a causar prejuízos no fim da tarde de ontem, em Curitiba e região metropolitana. De acordo com a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil foram registrados quatro pontos de alagamentos no bairro Cidade Industrial (CIC), em Curitiba, e nos municípios de Araucária, Almirante Tamandaré e Colombo. Até o início da noite, o nível da água já havia baixado nesses locais. Segundo o chefe da seção operacional da Defesa Civil, tenente Eduardo Gomes Pinheiro, os casos foram pontuais, sendo que o de maior proporção ocorreu na Cidade Industrial, próximo ao Liceu de Ofícios Itatiaia.

Lá a água atingiu o pátio da Escola Municipal Moradias do Ribeirão, que possui cerca de 600 alunos de 1.ª a 4.ª série, matriculados em dois turnos. Assustada com a força da enxurrada, a dona de uma loja de confecções Josiane Lima da Cruz Vidal, 30 anos, resolveu ir buscar mais cedo a filha Jaqueline, de 9 anos. "Tive de carregá-la nas costas. A água estava pelo joelho. Se tivesse chovido mais forte teria entrado dentro da sala de aula", diz.

Preocupado também ficou o analista de transporte Valcir Berté, 29 anos, que ao chegar do trabalho viu sua casa inundada. A água chegou a meio metro de altura. "Os bombeiros chegaram a quebrar o muro para escoar, mas não adiantou muito. Agora estou com sofá, colchão, tudo boiando", diz. Os moradores da região contam que este foi o terceiro alagamento sofrido em uma semana e que há dez anos solicitam à prefeitura a troca de manilhas de águas pluviais. A reportagem entrou em contato com o plantão da assessoria de imprensa da prefeitura, mas não obteve retorno até o fechamento da edição.

Segundo o Instituto Tecnológico Simepar, a chuva ocorreu com mais força na porção oeste da região metropolitana de Curitiba. Municípios como Araucária e Campo Largo foram os mais afetados. "Essas chuvas irregulares e má distribuídas são típicas desta época do ano. Hoje (ontem) registramos 56 mm de chuva na região do Tatuquara. É um terço do previsto para o mês de fevereiro todo", afirma a meteorologista do Simepar, Sheila Paz. A previsão é de que hoje e amanhã ainda ocorram pancadas de chuva no fim da tarde.

Estragos

Os estragos da chuva que atingiu Curitiba no domingo à noite, que teve ventos de até 65 quilômetros por hora, ainda podiam ser vistos e sentidos ontem. Na Praça do Japão, equipes da prefeitura trabalharam no corte e poda de árvores danificadas pela ventania. Em algumas regiões da cidade, serviços de energia elétrica e abastecimento de água só foram restabelecidos no período da tarde.

No dia da chuva, cerca de 150 mil domicílios em 44 bairros de Curitiba ficaram sem luz. Embora a maioria dos casos tenha sido solucionado ainda na noite de domingo, aproximadamente 500 imóveis – concentrados principalmente nos bairros Sítio Cercado e Santa Felicidade – só tiveram o serviço normalizado na tarde de ontem. Em diferentes pontos da cidade, árvores e descargas atmosféricas danificaram a fiação elétrica provocando o rompimento de condutores.

Também por conta do temporal e da queda da luz, 105,5 mil residências tiveram o abastecimento de água interrompido. A Estação de Tratamento de Água do Passaúna ficou paralisada durante sete horas. Ficaram sem água os bairros Augusta, Butiatuvinha, Campo Comprido, Cidade Industrial, Mossunguê, Órleans, Riviera, Santo Inácio, São Braz, Cascatinha e Santa Felicidade. Além desses, o bairro Ferraria, em Campo Largo, também foi afetado. A normalização do serviço estava prevista para as 20 horas de ontem.

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